Tropas rebeldes entraram em confronto hoje com soldados do governo em uma cidade do leste de Mianmar, um dia após a realização de eleições, deixando três civis mortos. Milhares de pessoas fugiram para o lado tailandês da fronteira, disseram funcionários. Outras 11 pessoas ficaram feridas quando rebeldes étnicos dispararam armas pesadas na cidade de Myawaddy, no Estado de Karen, disse um funcionário de Mianmar pedindo anonimato. O país é controlado por um regime militar.
Um funcionário militar tailandês na fronteira, também sob anonimato, disse que uma granada propelida por foguete caiu no lado tailandês da fronteira, em Mae Sot, ferindo várias pessoas. O chefe distrital de Mae Sot, Kittisak Tomornsak, disse que cerca de sete mil pessoas fugiram pela fronteira. “O confronto agora está encerrado”, disse.
A secretária-geral da União Nacional Karen, Zipporah Sein, sediada na Tailândia, disse que o confronto opôs 300 membros do Exército Budista Democrático Karen (DBKA) e soldados do governo. O primeiro-ministro da Tailândia, Abhisit Vejjajiva, disse que a violência no vizinho pode durar meses. Ele prometeu, porém, não interferir nos “assuntos domésticos” de Mianmar.
Na semana passada, a Voz Democrática da Birmânia, uma organização de mídia no exílio, afirmou que seis grupos armados de Mianmar, que ocupam áreas de minorias étnicas, concordaram em se ajudar caso fossem atacados pelo governo.
A violência ocorre após as eleições deste domingo, as primeiras no país em duas décadas. Os militares controlam o país desde 1962, e a oposição afirmou que a disputa nas urnas foi completamente injusta. Autoridades locais descartaram que houvesse votação em várias áreas de minorias étnicas, argumentando que poderia haver problemas de segurança. As informações são da Dow Jones.