As autoridades haitianas confirmaram ontem que um menino de três anos, de um campo de refugiados de Porto Príncipe, no Haiti, foi contaminado pelo cólera, o que mostra que a epidemia se estendeu das áreas rurais mais remotas à capital. A criança não sai da cidade há mais de um ano e por isso é o primeiro caso autóctone confirmado. Isso significa que estão em risco os quase 3 milhões de habitantes de Porto Príncipe, a metade dos quais vivem em precários acampamentos para refugiados após o devastador terremoto de 12 de janeiro.

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Agora os funcionários da saúde realizam controles para verificar se existem outros casos em 100 pacientes. A epidemia já matou 544 pessoas, disse o diretor do Ministério da Saúde do Haiti, Gabriel Timothee. A criança teve os exames feitos pelo hospital Bernard Mevs/Project Medishare em 31 de outubro, ao sofrer náusea, vômitos e diarreia. Foi tratada com reidratação oral, soro intravenoso, antibióticos e depois recebeu alta hospitalar.

A análise do material fecal da criança encontrou a bactéria vibrio cholerae 01, que provoca a doença, disse a médica Antonia Eyssalolenne. A família da criança não deixava Porto Príncipe há mais de um ano e não teve qualquer contato com pessoas do Vale de Artibonite, onde começou a epidemia no Haiti. Timothee diz que acredita que muitos dos pacientes hospitalizados recentemente na capital vieram de Artibonite, uma região agrícola onde foram registrados mais de 6.400 dos 8.138 casos já registrados no Haiti.

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