Conferência não anula negociações diretas, diz Olmert

O primeiro ministro de Israel, Ehud Olmert, disse neste domingo (7) que a conferência patrocinada pelos Estados Unidos, que tem como objetivo encontrar a paz no Oriente Médio, não substitui as negociações diretas entre os palestinos e israelenses. A afirmação foi feita em uma aparente tentativa de reduzir as expectativas em torno da conferência, que acontece em novembro nos Estados Unidos.

Os palestinos estavam revendo suas demandas antes da conferência aumentando as chances para um acordo com Israel em um documento que deve ficar pronto antes do evento. Entretanto, mais violência ameaça acabar com as preparações. Hoje militantes de Gaza lançaram um míssil Katyusha no sudeste de Israel. Ninguém ficou ferido, mas levantou a possibilidade de um aumento nas batalhas diárias entre as forças de Israel e os palestinos de Gaza.

Guerrilheiros do Hezbollah bombardearam o norte de Israel com cerca de 4 mil mísseis na guerra que durou um mês em 2006, matando dezenas de israelenses. Olmert afirmou hoje ao seu gabinete que seus encontros com o presidente palestino Mahmoud Abbas não levou a nenhum cessar-fogo. Olmert disse que "não houve acordo nem negociação", embora eles se reúnam a cada duas semanas. Na semana passada, eles chegaram a designar comitês para resenhar um acordo para ser discutido na conferência. Os grupos devem se reunir pela primeira vez amanhã e a secretária de Estado dos Estados Unidos, Condoleezza Rice, deve voltar à região até o final da semana para checar o progresso das negociações.

Enquanto a conferência internacional foi criada para promover a paz, "ela não irá substituir as negociações diretas com os palestinos", disse Olmert. Ele também afirmou que não haverá nenhum movimento em direção à paz até que os palestinos implementem os acordos feitos em 2003 no plano do "mapa rodoviário", que inclui o fim de grupos extremistas como o Hamas que neste período dominou a região de Gaza e está ameaçando o Fatah, de Abbas. Os palestinos também acusam Israel de não fazerem a sua parte no plano, de parar com a expansão dos assentamentos e de remover os postos militares ilegais.

Expectativas

O porta-voz do governo palestino, Nabil Abu Rdeneh, disse hoje que as intenções de Israel são a chave. "Se eles forem sérios, iremos fechar um documento político que lide com as questões dentro de um cronograma de implementação e com a criação de um Estado independente palestino", disse.

Mas outras autoridades palestinas dizem que um acordo detalhado não é mais uma condição para participar da conferência. Eles querem um documento que liste as questões mas não detalhe as concessões dos palestinos. Israel já prefere uma vaga declaração de princípios em vez de um documento detalhado.

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