Os primeiros encontros diretos entre governo e oposição sírios, em quase três anos de conflito no país, acabam nesta sexta-feira com o mediador da Organização das Nações Unida (ONU) e da Liga Árabe, Lakhdar Brahimi, lutando para conseguir impulso suficiente para uma segunda rodada de negociações, mais construtiva, para romper o impasse.

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As negociações não avançaram em questões como a transferência de poder na Síria, uma exigência da oposição à qual o governo resiste. Não houve resultados concretos sequer na questão da abertura de corredores para a passagem de ajuda humanitária para partes sitiadas da cidade de Homs, região central do país.

As delegações do governo e da oposição reuniram-se com Brahimi, que pretende realizar uma nova reunião ainda neste mês. Na quinta-feira, ele disse que a semana de negociações produziu “momentos tensos e momentos bastante promissores” e que espera que as partes estejam melhor organizadas na próxima rodada de conversações.

Também ontem, os negociadores sírios observaram um minuto de silêncio em homenagem às dezenas e milhares de pessoas que morreram durante a guerra civil no país, um raro momento de unidade nas negociações. Ativistas sírios disseram que cerca de 1.900 pessoas foram mortas em confrontos apenas durante a semana de negociações na Suíça.

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O fato de as conversações terem prosseguido por toda a semana é visto por muitos como encorajador. Mas cada lado responsabiliza o outro pela violência na Síria e se mantêm profundamente divididos sobre como encerrar a guerra e se um futuro governo deve incluir o presidente Bashar Assad.

A oposição exige que um organismo de governo transitório assuma amplos poderes executivos após a renúncia de Assad. Já a delegação do governo diz que as conversas devem primeiro se concentrar no fim da violência.

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O levante sírio começou com manifestações, majoritariamente pacíficas, pedindo reformas em março de 2011 e se transformou num conflito armado em resposta à repressão militar. Fonte: Associated Press.