Um tribunal de apelações de Washington anulou, hoje, a condenação do ex-motorista de Osama bin Laden, um ex-detento da base de Guantánamo. O tribunal concluiu que prestar serviços ao terrorismo não constituía um crime de guerra quando Hamdam foi preso.

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Salim Ahmed Hamdam, que trabalhou como chofer de Osama bin Laden, havia sido anteriormente julgado como culpado pelo crime de apoio material ao terrorismo.

Os magistrados que compunham a corte determinaram que, na época em que Hamdam foi detido, não era um crime de guerra dar apoio material a terroristas.

Hamdam havia sido condenado anteriormente a cinco anos e meio de prisão, já cumpridos durante o tempo em que ficou detido antes de ser julgado.

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Livre, Hamdam está de volta ao Iêmen, seu país natal, onde fontes dizem que trabalha como motorista de táxi.

“Se a intenção do governo era acusar Hamdam por ajuda e cumplicidade com o terrorismo ou por outro crime de guerra fundamentado na época em que Hamdam foi preso, ele deveria ter feito isso, e não acusado-o por apoio material”, escreveu o juiz Brett Kavanaugh.

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O crime pelo qual Hamdam foi anteriormente considerado culpado está contido num ato militar de 2006, mas Hamdam trabalhou ao lado de Bin Laden entre 1996 e 2001, o que foi determinante na decisão do tribunal.

 

Um porta-voz do Departamento de Justiça dos Estados Unidos disse que o departamento irá rever a sentença.

Histórico

Hamdam conheceu Bin Laden no Afeganistão, em 1996, e começou trabalhando em sua fazenda, até que fosse promovido para ser seu motorista.

A defesa de Hamdam afirma que ele apenas trabalhou com Bin Laden para manter o salário.

A acusação, porém, diz que ele era o motorista pessoal de Bin Laden e também seu guarda-costas, tendo ajudado a transportar armas para os talebans e auxiliado o então líder da Al Qaeda a escapar dos ataques de retaliação dos EUA ao atentado de 11 de setembro de 2001.