Brasília
? Descobrir futuros talentos e estimular a criatividade dos estudantes de engenharia e direcioná-los para o setor automobilístico, é um dos principais objetivos da série competição SAE Brasil de Mini Baja, este ano na sua nona edição. Durante quatro dias, mais de mil alunos de universidades de engenharia de 13 estados, incluindo o Distrito Federal, se reunem no Esporte Clube Piracicabano de Automobilismo (ECPA), em Piracicaba (SP), para provar suas habilidades como empreendedores, projetistas e construtores. As provas se realizam de 24 a 27 de abril.Pela primeira vez o campeonato terá uma mulher como piloto de um dos carros da equipe da Universidade Federal Fluminense (UFF), a estudante Rachel Kuan, aluna do 6º semestre de Engenharia Mecânica. “A escolha de uma mulher como piloto influencia o melhor desempenho do veículo, pois ela tem o peso ideal para o carro”, explica o engenheiro mecânico Luis Carlos Xavier, professor da instituição.
Este ano, 76 equipes de 52 universidades se escreveram para a competição e aplicam os últimos testes nos seus protótipos. Segundo Luis Carlos, os veículos “off road” são desenvolvidos nos galpões das universidades pelos alunos que projetam, constroem e pilotam os mini baja, como são batizados. “É uma experiência mais ampla, extremamente rica e multidisciplinar. As equipes devem obedecer ao regulamento básico para confeccionar o projeto, que está dentro das regras gerais estipuladas pela Sociedade Automotiva de Engenheiros (SAE) Brasil. Apenas a criatividade é liberada”, explica o engenheiro.
Para participar, as equipes devem ser compostas por estudantes de engenharia associados ao SAE Brasil e um professor orientador. Os motores devem ser de aquisição, propriedade e responsabilidade das equipes. Cada universidade pode levar até três equipes, ou seja três carros, de no máximo 20 alunos. As inscrições já se encerraram.
Antes das provas de pista há uma parte teórica, em que cada grupo deve explicar seu projeto e falar sobre a fase de desenvolvimento. No primeiro dia de competição, são verificados itens como segurança e aferição de motor; no segundo é a vez das provas estáticas, que levam em consideração a integridade estrutural do veículo, facilidade de produção em massa, manutenção, originalidade (aparência) e ergonomia. O terceiro dia envolve as provas dinâmicas de aceleração, velocidade máxima e frenagem, tração e subida de rampa. Por último, o enduro, que dura cerca de quatro horas. A equipe que nesse tempo completar o maior número de voltas, somadas aos outros pontos, é a vencedora.
Como prêmio, concebido pela Sociedade Automotiva de Engenheiros, os estudantes vencedores têm a chance de disputar a etapa internacional da competição, nos Estados Unidos, competindo com equipes do mundo todo.
As equipes do professor Luis Carlos Xavier levarão 10 alunos cada uma e são batizadas de Tuffão Mini Baja I e II . Esse ano, além do patrocínio da própria UFF garantindo há 4 anos, o os universitários conseguiram ajuda financeira do Unibanco. “Geralmente os estudantes terminam uma competição e já começam a trabalhar nos carros para a disputa do próximo ano. A nossa filosofia em princípio é sempre levar um carro novo, mas com dois, procuramos aperfeiçoar um dos da competição anterior.”, revela Xavier.
O engenheiro conta que o custo da competição para as equipes gira em torno dos R$ 25 mil pois, além da montagem do carro, há despesas com deslocamento, hospedagem, alimentação, entre outras necessidades. “Se o carro fosse produzido para a venda no mercado, o custo médio seria de R$ 5 mil”, informa.
A grande vantagem do evento para os estudantes é que, ao desenvolver o projeto do carro, eles aprendem na prática o que é ensinado em sala de aula. Os interessados em saber mais sobre a SAE devem visitar o site da entidade (www.saebrasil.org.br).