Comparecimento de eleitor italiano às urnas é de 16%

Os italianos foram as urnas neste domingo (13) para votar nas eleições gerais que podem trazer de volta ao poder o bilionário conservador Silvio Berlusconi, em meio a uma ampla sensação de declínio nacional e temores de que nenhum candidato seja capaz de colocar o país de volta ao rumo do crescimento. As urnas foram abertas na Itália às 3 horas e serão recolhidas às 17 horas (horário de Brasília). A votação será retomada nesta segunda-feira (14) pela manhã e se encerrará no final da tarde.

Até o meio-dia (hora local), 16,35% de um total de 47,3 milhões de eleitores inscritos tinham comparecido às urnas, segundo dados do Ministério do Interior informados pela agência de notícias italiana Ansa. O comparecimento até agora é ligeiramente inferior a taxa de 17,63% registrada na manhã do primeiro dia de votação da eleição anterior de 2006. Além dos moradores da Itália, cerca de três milhões de italianos que vivem no exterior devem participar.

A votação é realizada sob os termos de uma lei eleitoral desacreditada, que muitos italianos consideram causar instabilidade no governo. O pleito também se realiza em meio a preocupações de recessão econômica e desilusão com relação a classe política, que não tem sido capaz de resolver os problemas do país.

Problemas

Uma crise no sistema de coleta de lixo deixou toneladas de dejetos nas ruas de Nápoles. Os esforços para vender a companhia aérea nacional deficitária Alitalia continuam bastante incertos, depois de uma proposta da Air France-KLM ter encontrado a oposição dos sindicatos e poderes políticos. As preocupações sobre problemas de contaminação mozarela de búfala atingiram as exportações e um dos principais tesouros culinários do país.

A Itália, com mais de 60 gabinetes desde a Segunda Guerra Mundial, tem um histórico de instabilidade no governo federal. Berlusconi, de 71 anos, busca o terceiro mandato como primeiro-ministro em 14 anos, culpa o governo de centro-esquerda e promete colocar a Itália de pé. Apesar de um mandato questionável entre 2001 e 2006, Berlusconi diz que é o homem certo para fazer o trabalho.

Seu principal rival, o ex-prefeito de Roma Walter Veltroni, de 52 anos, tem insistido na necessidade de uma mudança geral e promete grandes reformas, assim como uma abordagem livre de ideologia para lidar com os problemas do país. O lema da campanha de Veltroni é "precisamos virar a página".

Ambos os candidatos votaram pela manhã, Veltroni em Roma e Berlusconi em Milão. O ex-premier entrou na disputa liderando as pesquisas de opinião, capitalizando sobre a falta de popularidade do governo de Romano Prodi, cujo colapso prematuro forçou a convocação de novas eleições três anos antes do programado. Veltroni aparece atrás, mas com uma estreita diferença, de acordo com as últimas pesquisas. Analistas dizem que os votos indecisos, parte significativa do eleitorado, serão fator de definição do pleito.

Economia

A economia da Itália registrou o pior desempenho entre os países que compõem a zona do euro na última década. O Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê que a economia do país cresça apenas 0 3% este ano, comparado com um crescimento médio de 1,4% nos outros 15 países europeus da região da zona do euro.

Embora o custo de vida tenha aumentando, os salários dos italianos não subiram da mesma forma. Mais da metade dos italianos entrevistados no final de março, 51,4%, disseram que sentem que sua situação econômica pessoal piorou.

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