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Comitê executivo do partido sul-africano ANC decidirá futuro de presidente Zuma

Os sul-africanos esperam pelo fim de um período de limbo político do presidente da África do Sul, Jacob Zuma, que segue no cargo apesar dos pedidos para ele renuncie devido à supostos atos de corrupção. A espera por notícias sobre o destino do líder provocou especulações de que o vice-presidente Cyril Ramaphosa, o esperado sucessor de Zuma, estava negociando um acordo com o presidente em troca de sua renúncia.

Ramaphosa afirmou que o comitê executivo nacional do Congresso Nacional Africano (ANC, na sigla em inglês), partido que comanda a África do Sul, planejou finalizar a “transição para uma nova administração” em um reunião marcada para a tarde desta segunda-feira.

No entanto, o vice-presidente tem sido cada vez mais criticado sobre os possíveis termos da provável saída de Zuma. Líderes da oposição denunciaram supostas negociações de concessões a Zuma e sua família em troca de sua renúncia. A oposição defende que o presidente seja julgado, se as acusações de corrupção contra ele forem levadas aos tribunais, e seja preso, caso for considerado culpado.

Zuma, que nega os supostos malfeitos, está desacreditado após uma série de escândalos. A suprema corte da África do Sul julgou que ele violou a constituição após uma investigação sobre uma reforma de vários milhões de dólares em sua casa particular que foi paga pelo estado, enquanto uma comissão judicial está prestes a iniciar uma investigação de supostos saques em empresas estatais feitos por auxiliares da Zuma; e procuradores devem anunciar em breve se vão retomar denúncias de corrupção ligadas a um acordo de armas há duas décadas.

Na reunião desta segunda-feira, o comitê executivo nacional do ANC pode exigir a renúncia do presidente, da mesma forma que forçou a renúncia do presidente Thabo Mbeki há uma década, quando preparou o cenário para a ascensão de Zuma à presidência em 2009. O comitê pode iniciar processos disciplinares contra qualquer membro suspeito de má conduta, o que inclui a “criação de divisão” dentro do partido e qualquer “ato que deteriore a efetividade do ANC como organização “, de acordo com as regras do partido.

Mas se Zuma for simplesmente convidado a renunciar e se recusar a fazê-lo, o assunto provavelmente acabaria no parlamento para uma possível moção de não confiança ou mesmo processo de impeachment. Uma moção de não confiança promovida pela oposição foi agendada para 22 de fevereiro. Se a moção for realizada e a maioria dos legisladores votarem contra Zuma, todo seu gabinete também teria de se demitir, eliminando as esperanças de Ramaphosa de uma transição administrada.

Fonte: Associated Press

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