Um comitê israelense aprovou neste domingo um projeto de lei que, se adotado, legalizaria postos avançados construídos sem a permissão do governo na Cisjordânia, território que os palestinos exigem para seu futuro estado.
O projeto ainda precisa passar por várias etapas antes de se tornar efetivo. Uma primeira leitura está prevista para ser feita no parlamento israelense na próxima quarta-feira.
“O Estado de Israel iniciou hoje um processo histórico de regulamentação dos assentamentos na Judeia e Samaria”, disse o ministro do gabinete, Naftali Bennett, chefe do partido pró-colonizador judaico Home, que promoveu o projeto, usando os nomes bíblicos para a Cisjordânia.
O projeto de lei era, em parte, destinado a impedir a iminente evacuação do posto avançado de Amona. A Suprema Corte decidiu que esse posto foi construído em terras privadas palestinas e deve ser demolido até 25 de dezembro. O destino de Amona ameaça desestabilizar a coalizão do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.
Amona é o maior de cerca de 100 postos avançados da Cisjordânia construídos sem permissão, mas geralmente tolerados pelo governo. Existem ainda 120 assentamentos que Israel considera legal.
Em 2006, a polícia israelense demoliu nove casas em Amona, desencadeando confrontos contra colonos e seus adeptos contra a polícia e soldados. Várias dezenas de reboques permaneceram.
Yesh Din, um grupo de direitos israelense, condenou o projeto de lei chamando-o de “um golpe projetado para sancionar legalmente a aquisição de terras palestinas na Cisjordânia”.
Israel conquistou a Cisjordânia na guerra de 1967 e construiu assentamentos lá logo depois. Os palestinos e a comunidade internacional consideram os assentamentos e postos avançados ilegais ou ilegítimos e um obstáculo à criação de um Estado palestino. Fonte: Associated Press