Comitê acusa BP de pagar só 12% das indenizações

O Comitê Judiciário da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos afirmou hoje que dados coletados mostram que a British Petroleum (BP) pagou menos de 12% das indenizações para pessoas e empresas atingidas pelo vazamento de petróleo no Golfo do México. A empresa afirma que o porcentual foi maior. Segundo um comunicado do comitê, apenas US$ 71 milhões em indenizações, dos estimados US$ 600 milhões devidos, foram pagos até terça-feira. Além disso, o painel afirmou que a BP não fez nenhum pagamento nas primeiras duas semanas após a explosão e ao início do vazamento.

O deputado democrata John Conyer disse estar preocupado com a possibilidade de a BP estar “trapaceando muitas vítimas e sendo desonestos com outras”. O comitê disse que a BP não fez um único pagamento por danos físicos ou perda de valor de propriedade.

Já a empresa britânica afirma ter pago um porcentual maior do que o indicado pelo comitê. O porta-voz da BP, Scott Dean, disse, por e-mail, que o valor foi de US$ 95 milhões. Segundo ele, a empresa pagou até agora cerca de metade 60 mil dos pedidos feitos até agora.

Negligência

A companhia britânica de petróleo também rejeitou as acusações de negligência e má conduta feitas hoje pela Anadarko Petroleum, sua parceira na exploração do poço onde a explosão, ocorrida em 20 de abril, causou o maior vazamento da história dos EUA. Em comunicado, a empresa diz que “hoje, a BP reiterou seu compromisso de limpar o vazamento de petróleo e gás no Golfo do México e pagar todas as demandas legítimas derivadas do vazamento, embora outra parte já esteja contestando sua responsabilidade pelos custos associados ao incidente na plataforma Deepwater Horizon”.

Ao lado da Mitsui Oil Exploration, a Anadarko é uma das empresas detentoras da concessão para explorar petróleo no bloco 252 do campo Mississippi Canyon, onde o acidente aconteceu. Em seu comunicado, a empresa norte-americana diz que “o comportamento e as ações da BP provavelmente representam negligência grave ou má conduta deliberada e, portanto, afetam as obrigações das partes sob o acordo operacional”.

Para a BP, a Anadarko “está se recusando a aceitar sua responsabilidade pelos danos e pelos custos de remoção do petróleo vazado. A BP discorda fortemente dessas acusações”. O executivo-chefe da BP, Tony Hayward, afirmou que “outras partes, além da BP, podem ser responsáveis pelos custos e indenizações relacionados ao vazamento de petróleo, e esperamos que essas partes arquem com suas obrigações”. Com informações da Dow Jones.

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