A Comissão Nacional Anticorrupção da Tailândia apresentará queixas contra a primeira-ministra, Yingluck Shinawatra, por suposta negligência no gerenciamento do programa governamental de subsídios de arroz. Em comunicado, o painel afirmou que ela ignorou os alertas de irregularidades e de corrupção ligados ao programa, o que resultou em fortes perdas financeiras para o Estado. Caso ela seja considerado culpada, um processo de impeachment deverá ser aberto, pressionando ainda mais Yingluck, que lida com diversas manifestações de rua.
Recentemente, ela foi à televisão para afirmar que o programa de subsídios de arroz “é correto e não há nenhuma conspiração para corrompê-lo”. Segundo a premiê, os incentivos estão em linha com as metas monetária e fiscal da Tailândia. Yingluck deverá prestar esclarecimentos ao painel anticorrupção no próximo dia 27 de fevereiro. Um veredicto final, entretanto, não tem data para ser informado.
O controverso programa de subsídios de arroz foi lançado em outubro de 2011, ano em que Yingluck assumiu o cargo de primeira-ministra. O objetivo era ajudar produtores rurais e, com isso, ganhar um importante apoio para seu partido, o Pheu Thai. O governo comprava o arroz por um preço até 50% superior aos de mercado, mas o programa foi executado com escassez de recursos. Nas últimas semanas, muitos produtores protestaram por ainda não terem recebido o pagamento do governo – uma dívida que chega a US$ 3,7 bilhões.
Desde 2011, a Tailândia já gastou 670 bilhões de baht (US$ 20,79 bilhões) em subsídios e, atualmente, tem em suas reservas 18 milhões de toneladas de arroz. O programa expira no final deste mês. Fonte: Dow Jones Newswires.