Um ataque aéreo promovido no início desta semana pelos Estados Unidos matou 47 civis que viajavam para assistir a um casamento no Afeganistão, anunciou nesta sexta-feira (11) o presidente de uma comissão que investigou o incidente.

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O bombardeio promovido no último domingo contra o distrito de Deh Bala, na província de Nangarhar, também feriu nove civis, disse Burhanullah Shinwari, vice-presidente do Senado afegão e presidente da comissão.

No domingo, o Exército americano negou que civis tivessem morrido no acidente e qualificou a possibilidade como "propaganda insurgente". Na ocasião, autoridades afegãs diziam que 27 civis tinham morrido.

Nesta sexta, o tenente Nathan Perry, porta-voz do comando militar americano, qualificou como "trágica" a perda de qualquer vida inocente. "Asseguro a vocês que civis nunca são os alvos e que nossas forças esforçam-se ao máximo para evitar baixas entre civis", disse ele. "O incidente do ataque aéreo de 6 de julho ainda está sendo investigado pelas forças de coalizão".

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Ao anunciar o resultado das investigações afegãs, Shinwari disse que dos 47 civis mortos, 39 eram mulheres e crianças. Ainda segundo ele, a noiva foi uma das pessoas mortas no bombardeio americano.

O grupo foi atacado duas vezes no domingo enquanto caminhava da casa da noiva até o local da festa, na aldeia do noivo, explicou o senador afegão.

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A comissão investigadora, formada por nove pessoas, foi enviada pelo presidente do Afeganistão, Hamid Karzai, à região do bombardeio na terça-feira.

Os emissários, entre os quais havia parlamentares, funcionários do Ministério da Defesa e agentes dos serviços secretos voltaram ontem a Cabul e apresentaram nesta sexta suas conclusões.

De acordo com Shinwari, o teor do documento baseia-se em relatos de testemunhas e de familiares das vítimas. Todos os mortos foram sepultados em um cemitério próximo da aldeia onde ocorreu o bombardeio.

"Todos eles eram civis. Não havia vínculo nenhum com a Al-Qaeda nem com o Taleban", sentenciou.

O governo indenizou as famílias em quantia equivalente a US$ 2 000 por cada entre querido morto e a US$ 1.000 para cada ferido, prosseguiu o senador.

Ações dos EUA e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) com civis entre as vítimas têm causado atrito com as autoridades afegãs e enfraquecido a posição de Karzai, apoiado pelos americanos, perante a população.