Mulheres cantavam e homens se enrolavam em bandeiras enquanto começava a votação no Sudão do Sul em um referendo que provavelmente vai criar o mais novo país do mundo, cerca de cinco anos depois do fim de uma brutal guerra civil. O sul do Sudão, rico em petróleo e com população de maioria cristã, deverá se separar do norte muçulmano, dividindo o maior país da África em dois. O norte prometeu deixar o sul decidir seu futuro pacificamente.

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“Esse é o momento histórico que as pessoas do sul do Sudão esperavam”, declarou o presidente da região, Salva Kiir, ao depositar seu voto diante de centenas de pessoas que esperavam em fila para votar. O ator norte-americano George Clooney, que abraçou a causa do sul sudanês, estava entre as pessoas que observavam Kiir enquanto ele votava.

O presidente da região, usando seu tradicional chapéu de cowboy preto, parecia visivelmente emocionado ao lembrar das 2 milhões de pessoas mortas na guerra civil que durou de 1983 até 2005. Kiir também homenageou o líder rebelde John Garang, que morreu em um acidente de avião pouco depois de o acordo de paz ser assinado. “Estou certo de que eles não morreram em vão”, disse.

O ex-presidente dos Estados Unidos Jimmy Carter, um dos vários importantes visitantes internacionais ao Sudão durante o referendo, disse hoje que a votação está sendo tranquila e pacífica até agora. O Centro Carter tem observadores monitorando a votação em todo o Sudão. “Eu acho que a última coisa que os líderes do norte e do sul querem é um retorno da violência, o que seria devastador para os dois países, se eles se tornarem dois países”, disse Carter.

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No entanto, conflitos em Unity, um estado do sul do Sudão, deixaram ontem ao menos seis mortos, segundo autoridades locais, e ainda há muitas milícias na região. Também foram relatados conflitos em Abyei, possivelmente entre tribos árabes e negros do sul. O número de mortos ainda não foi confirmado.

Cerca de 3,9 milhões de pessoas estão registradas para a votação. Uma maioria simples precisa favorecer a separação para que ela seja aprovada, mas 60% dos eleitores precisam apresentar seu voto para que o referendo seja validado. Depois que a votação for encerrada, no próximo sábado, mais de 4 mil observadores locais e internacionais acompanharão o processo de contagem dos votos. Os resultados finais não serão oficializados antes de fevereiro. As informações são da Associated Press.

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