Um tribunal malaio que julga o ex-vice-primeiro-ministro Anwar Ibrahim por sodomia ouviu hoje detalhes explícitos relatados pelo acusador do líder oposicionista. Atendendo a um pedido da defesa, o juiz Mohamad Zabidin Diah determinou que o depoimento do acusador, um ex-assessor de campanha de Anwar, fosse gravado a portas fechadas, sem a presença do público nem de jornalistas, por causa de seu teor.

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Na abertura do julgamento, Anwar qualificou a acusação apresentada contra ele como parte de uma conspiração para suprimir seu movimento político, que chegou perto de derrubar um governo que ocupa o poder há mais de cinco décadas. Esta é a segunda vez que Anwar é acusado de sodomia. Na Malásia, um país de maioria muçulmana, o ato pode ser punido com até 20 anos de cadeia.

Recentemente, Anwar passou seis anos detido por suspeita de corrupção e sodomia antes de a condenação ter sido derrubada. Uma nova condenação poderia representar um grande revés para seu movimento de oposição, único rival de peso de uma coalizão de governo há mais de 50 anos no poder.

Anwar, de 62 anos, é acusado de sodomizar Saiful Bukhari em junho de 2008. Bukhari é um ex-assessor de campanha do líder oposicionista, que é casado e tem seis filhos. Os partidários do ex-vice-primeiro-ministro acusam o governo de fabricar evidências para colocar a oposição em descrédito.

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