Um comboio de 12 veículos das Nações Unidas partiu nesta segunda-feira (3) para levar auxílio médico a clínicas saqueadas após a retirada das tropas governamentais no leste do Congo. Esta é a primeira operação do tipo desde o início do mais recente conflito na região, em agosto. O comboio passou por Kibati e Rutshuru, uma vila 88 quilômetros ao norte da capital provincial, Goma.

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Os mantenedores de paz da ONU escoltaram os caminhões a partir de Goma, e tanto o Exército congolês quanto o líder dos rebeldes, o general renegado Laurent Nkunda, asseguraram ao comboio uma passagem segura. A informação foi confirmada por Gloria Fernandez, chefe do Escritório da ONU para a Coordenação dos Assuntos Humanitários no leste do Congo.

Segundo Gloria, as prioridades nesse carregamento eram medicamentos e tabletes para purificar a água. Outro comboio levaria alimentos aos estimados 250 mil refugiados por causa dos confrontos nessa nação da África central, informou a ONU.

“Todo mundo está com fome, todo mundo”, disse Jean Bizy, uma professora de 25 anos. Um repórter presenciou o comboio da ONU entregando um saco de batatas para as tropas da ONU em Rugari. Bizy disse que se alimentava há dias apenas com bananas selvagens.

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Nkunda iniciou uma ofensiva em 28 de agosto e levou suas tropas até as proximidades de Goma, até declarar um cessar-fogo unilateral, na semana passada. O conflito é em parte atribuído ao ressentimento deixado pelo genocídio de Ruanda, em 1994, e pelas guerras civis congolesas entre 1996 e 2002. Nkunda afirma que o governo do Congo não protege a minoria tutsi de uma milícia hutu que fugiu de Ruanda para o Congo, após massacrar meio milhão de tutsis ruandeses.

A força de manutenção de paz da ONU no Congo é a maior da entidade no mundo, com 17 mil homens. Porém apenas 6 mil deles ficam no leste congolês, pois há problemas também em outras províncias.

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