A Câmara de Deputados da Argentina aprovou na madrugada de hoje a lei que autoriza adolescentes entre 16 e 18 anos a votar, apesar do boicote dos partidos de oposição.
A aprovação da medida era um pedido da presidente Cristina Fernández de Kirchner, que é acusada pela oposição de querer aproveitar o sufrágio dos mais jovens para garantir a vitória na eleição parlamentar do ano que vem.
O projeto de lei já havia recebido o visto do Senado em 17 de outubro e foi discutido pelos deputados durante toda a tarde e a noite. Agora, os argentinos que têm entre 16 e 18 anos poderão votar de forma opcional, da mesma forma que acontece no Brasil. Com a nova regra, mais de 1,3 milhão de eleitores serão incorporados ao sistema eleitoral.
A lei foi aprovada com 131 votos a favor, dois votos a mais que o limite mínimo de 129 para a aprovação da medida. Também recebeu dois votos contrários e uma abstenção.
A autorização de voto para menores gerou polêmica na casa e acusações de que a medida tenha fins eleitoreiros. O senador Fernando “Pino” Solanas disse que é uma fraude pré-eleitoral, enquanto Elisa Carrió considerou um disparate introduzir os adolescentes à vida adulta.
A deputada governista Diana Conti defendeu a medida. “Não é oportunismo nem demagogia. É coerência, sem se importar com quem vão exercer esse direito a voto ou a quem se inclinam politicamente.”