Os assentamentos israelenses ocupam mais de 42% dos territórios da Cisjordânia, afirmou hoje o grupo israelense de direitos humanos B’Tselem. Segundo a organização, grande parte dessas terras foram tiradas de seus donos palestinos, apesar de uma proibição da Corte Suprema de Israel. “As mudanças geográficas que Israel causou na paisagem da Cisjordânia atrapalham as negociações que realiza durante 18 anos com os palestinos, e também violam suas obrigações internacionais”, afirmou o grupo. Representantes dos colonos, porém, rechaçaram as cifras, dizendo que o relatório tinha motivações políticas. O governo não comentou o assunto.

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O informe do B’Tselem se baseou em registros oficiais, incluindo mapas militares e uma base de dados dos assentamentos compilada pelas Forças Armadas, segundo afirmou a organização. Apesar de as construções cobrirem somente 1% da superfície da Cisjordânia, a jurisdição dos assentamentos se estende por mais de 42% desse terreno, afirmou o grupo. Os assentamentos tiraram 21% do território de proprietários palestinos, uma grande parte dele após a Suprema Corte israelense proibir que isso ocorresse, em 1979.

O presidente do conselho de colonos, Dani Dayan, afirmou que os assentamentos ocupam apenas 9,2% da Cisjordânia. “É um informe político, de uma organização que foi usurpada pelos elementos contrários a Israel mais radicais”, afirmou Dayan. “A intenção disso é sabotar o encontro entre (o primeiro-ministro israelense) Benjamin Netanyahu e (o presidente dos Estados Unidos) Barack Obama.” Netanyahu chegou nesta terça-feira a Washington, para falar com Obama sobre alternativas para reiniciar as conversas diretas de paz com os palestinos.

As conclusões do levantamento do B’Tselem refletem o que outros ativistas já disseram antes contra os assentamentos: que eles ocupam terras muito além de seus perímetros, às vezes pertencentes aos proprietários palestinos. Os assentamentos israelenses são uma iniciativa muito criticada há décadas e um dos principais obstáculos para se alcançar um acordo de paz com os palestinos.

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