O presidente venezuelano, Hugo Chávez, disse que o país tem aviões e helicópteros prontos para apanhar os reféns em poder das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) dentro da Colômbia uma vez que haja a autorização do governo do presidente colombiano, Alvaro Uribe, aliado dos Estados Unidos. Chávez disse nesta quarta-feira (26) que os reféns – Clara Rojas, assessora da ex-candidata presidencial da Colômbia Ingrid Betancourt, seu filho Emmanuel, de 3 anos, e a ex-deputada Consuelo González Perdomo – devem ser libertados "nas próximas horas".
"A única coisa que precisamos é a autorização do governo colombiano", afirmou ele numa entrevista coletiva. Chávez afirmou que a fórmula para a libertação foi "negociada com detalhes com a liderança das Farc". "Nosso vice-chanceler Rodolfo Sanz está na Chancelaria de Bogotá para entregar o documento, já que o que nos falta é a autorização da Colômbia", disse o líder venezuelano, que acrescentou que a operação inclui a participação de representantes do Brasil, da Argentina, de Cuba, da Bolívia, do Equador e da França.
Em um comunicado divulgado na semana passada, as Farc anunciaram que soltariam os três como um "gesto de boa vontade" ao presidente venezuelano e à senadora colombiana Piedad Córdoba, cuja mediação formal com a guerrilha foi suspensa em novembro pelo presidente Uribe. Em resposta, Chávez suspendeu as relações bilaterais com Bogotá. Havia expectativa de que os reféns fossem soltos até o Natal, mas durante o fim de semana Piedad e as Farc afirmaram que movimentações militares colombianas haviam forçado o adiamento da operação.
As Farc exigem que Uribe retire o Exército e a polícia de uma zona de 780 quilômetros quadrados para que seus delegados e os do governo se reúnam para negociar um acordo humanitário e pôr fim ao drama dos reféns, alguns dos quais completaram dez anos em cativeiro na selva. Mas o presidente colombiano, que com o apoio dos Estados Unidos lidera uma agressiva estratégia militar contra a guerrilha, nega-se a cumprir a exigência sob o argumento de que as Farc buscam obter vantagem militar em uma zona estratégica para o tráfico de drogas e de armas.