A Promotoria Geral da Colômbia confirmou que o atual embaixador do país no Peru, Jorge Visbal Martelo, será interrogado em uma investigação que supostamente o vincula com paramilitares. A informação foi divulgada oficialmente hoje. O diplomata é investigado pelo delito de formação de quadrilha.
Alvaro Osorio, chefe da promotoria da Corte Suprema de Justiça, explicou que a decisão de convocar Visbal foi tomada pela própria procuradora-geral Viviane Morales, “porque ele como embaixador tem foro constitucional e somente a senhora procuradora pode investigá-lo”.
O funcionário judicial advertiu que, ainda que não haja uma data marcada para o depoimento, “muito seguramente a diligência ocorrerá em maio”. Após escutar o diplomata, Morales definirá se Visbal será ou não preso.
A promotora Deicy Jaramillo, da Unidade Nacional de Justiça e Paz, explicou que “há uns dois anos” o desmobilizado paramilitar John Jairo Hernández declarou que Visbal havia se reunido com o chefe paramilitar Rodrigo Tovar para conseguir apoio das Autodefesas Unidas da Colômbia (AUC) para a campanha pela reeleição de 2006 do então presidente Álvaro Uribe (2002-2010). Hernández está preso em Barranquilla, 700 quilômetros ao norte de Bogotá. Tovar foi extraditado em maio de 2008 para os Estados Unidos, acusado de narcotráfico.
Uma funcionária da embaixada da Colômbia no Peru disse por telefone que Visbal não estava na missão diplomática no momento. O atual presidente Juan Manuel Santos e Uribe ainda não comentaram o caso.
Desde o final de 2006, mais de 60 parlamentares foram presos por ordem da Corte Suprema e da procuradoria, por terem realizado pactos políticos com grupos paramilitares. Quase todos esses políticos são ou eram próximos da administração de Uribe. As informações são da Associated Press.