A guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) libertou no final da tarde desta segunda-feira seus dez últimos reféns militares, informou Socorro Gomes, presidente do Conselho Mundial de Paz e ex-deputada federal brasileira, que participou das negociações. Segundo ela, os reféns foram libertados e chegarão em 45 minutos ao Aeroporto Vanguardia, em Villavicencio, no departamento (Estado) colombiano de Meta, onde são esperados por ativistas e familiares. Os reféns foram resgatados por um helicóptero da Força Aérea Brasileira (FAB) e pela Cruz Vermelha.

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“Todos os 10 foram libertados e eles chegarão ao aeroporto em 45 minutos. É um passo importante para a paz na Colômbia e na América Latina”, disse Socorro Gomes. Ela disse que os dez militares libertados aparentam estar em boas condições de saúde.

A libertação dos dez reféns seria feita em duas etapas, nesta segunda-feira e na quarta-feira. A operação quase foi suspensa nesta segunda-feira por causa das condições climáticas desfavoráveis, mas o helicóptero da FAB decolou às 15h, na hora colombiana, para o local na selva onde as Farc combinaram a libertação dos reféns.

O Comitê Internacional da Cruz Vermelha confirmou que quatro militares e seis policiais foram libertados. Eles são: os sargentos Luiz Alfredo Moreno Chagueza e Robinson Saucedo Guarín, que foram capturados pelas Farc em 1998; os sargentos Luis Arturo Arcia e Luis Alfonso Beltrán Franco, capturados pelas Farc também em 1998, em outro combate; os policiais José Libardo Florero, Carlos José Duarte, Wilson Rojas Medina, José Humberto Romero e Jorge Trujillo Solarte, todos capturados quando as Farc tomaram o povoado de Puerto Rico Meta em 1999, segundo informações do jornal El Tiempo de Bogotá. Também foi libertado o sargento Cesar Augusto Lasso Monsalve, que foi capturado pelas Farc em 1999 quando o grupo guerrilheiro tomou a cidade de Mitú.

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Segundo informações do jornal El Tiempo, logo que cheguem a Villavicencio, os 10 reféns libertados serão enviados a Bogotá junto aos seus familiares em um avião do governo colombiano.

O Brasil teve uma participação importante no processo de libertação dos 10 últimos reféns militares mantidos no cativeiro pelas Farc, disse Socorro Gomes.

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“O governo brasileiro ajudou com os helicópteros, para que uma solução pacífica seja encontrada para esse conflito na Colômbia. As Farc aceitaram negociar e pediram que o governo colombiano garanta os direitos dos presos de consciência no país”, disse Socorro Gomes, em entrevista por telefone a partir de Meta, na Colômbia. Ela aguardava a chegada dos reféns no aeroporto.

“Agora, com a libertação dos reféns, nós queremos que o governo colombiano cumpra a sua parte e permita que os presos de consciência sejam tratados de maneira humanitária nas prisões da Colômbia. Nós queremos acesso às prisões”, disse Socorro Gomes. Estima-se que a Colômbia tenha sete mil presos de consciência atualmente, não apenas entre ex-guerrilheiros das Farc e do Exército de Libertação Nacional (ELN), como também sindicalistas e estudantes.