Colômbia diz que acordo militar com EUA não é ameaça

O comandante das Forças Militares da Colômbia, general Freddy Padilla, afirmou hoje que ninguém deve temer a negociação com Washington para instalação de bases norte-americanas em território colombiano. Vários países da América do Sul têm demonstrado preocupação com o aumento da influência militar dos Estados Unidos na região. Em Quito, o chanceler equatoriano Fander Falconi qualificou as bases como “atitude militarista” da Colômbia e disse que o tema será tratado no âmbito da União de Nações Sul-americanas (Unasul). “Ninguém, a não ser os terroristas e narcotraficantes, deve temer este acordo transparente e respeitoso em relação às soberanias”, disse Padilla.

O general disse também que o acordo “busca simplesmente fortalecer nossa capacidade de luta contra este flagelo global” das drogas. O chefe do Comando Sul dos Estados Unidos, general Douglas Fraser, também participou da entrevista coletiva a jornalistas em Cartagena e ressaltou que o acordo ainda não está concluído e seu objetivo é combater o tráfico de drogas e a subversão. “Não tenho detalhes específicos sobre o tipo de material (equipamentos militares que devem ser usados nas bases), mas é importante ressaltar que isso vai depender da Colômbia. Afinal, são bases colombianas”, disse Fraser.

Segundo o representante colombiano, as instalações em negociação seriam referentes a três bases aéreas, três bases militares do Exército e duas bases navais. Padilla também reiterou que, eventualmente, a colaboração com os Estados Unidos pode ser usada para o treinamento de militares de outros países. No entanto, o número de bases às quais os Estados Unidos teriam acesso e seus desdobramentos no território colombiano são fatores que têm provocado inquietudes em vários países da região. Padilla, Fraser e representantes militares e civis de outros oito países – Argentina, Chile, Peru, Uruguai, entre outros – iniciaram uma conferência hoje, que termina na quinta-feira, sobre a segurança na região, em um fórum organizado pelas forças militares da Colômbia e pelo Comando Sul dos Estados Unidos, segundo indicou uma nota do comando geral militar colombiano.

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