A coalização que governa o Paquistão flertou com o colapso diante da disputa dos dois principais partidos sobre o sucessor para o presidente deposto Pervez Musharraf. O ex-primeiro ministro, Nawaz Sharif, que lidera o elo mais fraco da coalização, exigiu ontem que o dominante Partido do Povo Paquistanês (PPP) concorde em reduzir os poderes do presidente em troca do apoio a seu candidato. Asif Ali Zardari, líder do PPP e viúvo da ex-premiê Benazir Bhutto, assassinada em 2007, concordou ontem em concorrer à presidência. Apesar do apoio do PPP, a eleição de Zardari está longe de certa.
Sharif também estabeleceu um prazo para a restituição de dezenas de juízes destituídos por Musharraf – outra questão que divide os dois principais partidos desde que eles forçaram a renúncia de Musharraf há menos de uma semana. É crescente a pressão para que os dois lados coloquem fim às diferenças. O parlamento paquistanês escolhe o novo presidente em 6 de setembro.
Embora Zardari seja um antigo crítico Musharraf, ele provavelmente continuará apoiando a guerra contra o terrorismo liderada pelos Estados Unidos. Mas sua escalada ao poder pode consternar muitos paquistaneses que o vêem como símbolo de corrupção depois de sua última experiência com mandato civil nos anos 1990. Zardari ganhou o apelido de “senhor 10 por cento” devido a supostas práticas de suborno durante o mandato de Bhutto como primeira-ministra.