Cinegrafista libertado em Guantánamo chega ao Sudão

O cinegrafista da rede Al-Jazira Sami al-Hajj retornou para o Sudão nesta sexta-feira (2). Ele foi libertado na quinta-feira (1), após seis anos de detenção, da prisão de Guantánamo, mantida pelos Estados Unidos em território cubano.

Al-Hajj foi libertado com outros dois suspeitos sudaneses. O cinegrafista, em greve de fome há 16 meses segundo seus advogados, foi levado diretamente para um hospital da capital Cartum. O jornalista era acusado pelo governo norte-americano de transmitir mensagens para uma organização militante muçulmana. Ele nega as acusações.

O cinegrafista foi detido em dezembro de 2001, por autoridades paquistanesas, quando tentava cruzar a fronteira para cobrir a invasão do Afeganistão, liderada pelos EUA. Ele foi entregue a autoridades norte-americanas e seguiu para a Baía de Guantánamo em janeiro de 2002. Os EUA mantêm na prisão pouco mais de 270 suspeitos de ligação com a Al-Qaeda e com o Taleban, a maioria deles sem nenhuma acusação formal.

Segundo seus advogados, Al-Hajj, de 38 anos, fazia greve de fome em protesto contra a injustiça e as condições da prisão em que estava. Em entrevista à própria Al-Jazira, ele afirmou que "ratos são tratados com mais humanidade" e que sua "dignidade humana foi violada" durante a prisão.

O governo sudanês informou que fará todo o possível para que o cinegrafista volte ao trabalho e se restabeleça no país. A organização Repórteres Sem Fronteiras expressou "grande alívio" com a libertação, acrescentando que o caso é "outro exemplo da injustiça reinante em Guantánamo".

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