O diretor de cinema e deputado federal Fernando “Pino” Solanas apresentou ontem à noite sua candidatura presidencial para as eleições de outubro de 2011, na Argentina. O lançamento foi realizado em um comício no estádio de Ferrocarril Oeste, palco tradicional para lançamentos políticos de todo o leque partidário. Solanas, que se define como o “real” representante da esquerda argentina, acusa a presidente Cristina Kirchner de ser uma “falsa” esquerdista e de ser aliada dos capitais estrangeiros, entre os quais companhias telefônicas e mineradoras.

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O parlamentar e diretor de filmes cult como “Tangos, o exílio de Gardel” é o líder do Projeto Sul, partido que reúne representantes da esquerda, do sindicalismo e de organizações de defesa dos Direitos Humanos. Solanas, casado com a atriz brasileira Ângela Correa, conseguiu 25% dos votos na cidade de Buenos Aires nas eleições parlamentares do ano passado.

O líder do Projeto Sul – um dos poucos políticos argentinos de fama nacional que não está envolvido em escândalos de corrupção – propôs “desterrar a pobreza” e “instalar a ética pública no Estado argentino”. O candidato da esquerda pretende ser uma das alternativas da oposição argentina contra o governo da presidente Cristina.

Na semana passada, o deputado federal Ricardo Alfonsín, lançou sua pré-candidatura pela União Cívica Radical (UCR), partido de centro. Ele é filho do ex-presidente Raúl Alfonsín (1983-89), que morreu no início do ano passado. Esta é a terceira vez que Solanas apresenta-se candidato à presidência da Argentina (as anteriores foram em 1995 e 2007). Mas, a hipótese de uma nova derrota nas urnas não intimida o diretor e político: “se não der em 2011, tentarei em 2015…”.

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Governo

Até a morte do ex-presidente Néstor Kirchner (2003-2007), ocorrida no dia 27 de outubro, o candidato do governo era o marido da presidente Cristina. Kirchner era considerado o verdadeiro poder no governo de sua mulher, além de ser o presidente do partido governista, o Justicialista (também conhecido como “Peronista”). Mas, o ataque cardíaco fulminante que levou Néstor Kirchner ao túmulo mudou inesperadamente os planos da Casa Rosada, o palácio presidencial.

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Rapidamente, os principais aliados do governo começaram a divulgar a candidatura da presidente Cristina à reeleição. Na semana passada, o chanceler argentino Héctor Timerman sustentou que a candidatura de Cristina Kirchner é a “opção natural” para o governo. Além disso, afirmou que o “povo” deseja que ela fique no poder por mais tempo.