Cientistas encarregados do maior acelerador de partículas do mundo utilizaram a máquina de US$ 10 bilhões para acelerar feixes de prótons pela primeira vez, hoje. “Foi apenas um teste preliminar”, disse um porta-voz da Organização Europeia de Investigação Nuclear (Cern, na sigla em francês). É mais um passo nos experimentos realizados na Suíça, que podem auxiliar nas pesquisas sobre a formação do universo.
A máquina demonstrou que poderia intensificar em 10% a energia dos feixes de prótons que circulam pelo enorme túnel subterrâneo. “Tudo vai muito bem”, disse o porta-voz. O novo passo na fase de reativação ocorreu sem inconvenientes, após mais de um ano de interrupção para consertos.
A nova etapa começou na noite de sexta-feira, quando o acelerador lançou os primeiros feixes de partícula em apenas uma direção, e depois em direções opostas, para registrar as primeiras colisões em altos níveis de energia. Essas colisões ficam registradas em vários detectores, que permitem estudar a composição e interação de partículas e forças subatômicas.
O porta-voz disse hoje que a energia do feixe de prótons aumentou de 460 bilhões de elétrons-volts para 540 bilhões. O valor, de qualquer modo, ainda está muito longe da potência necessária para se descobrir os segredos do universo e da matéria.
Segundo o porta-voz, a intenção é ainda este ano chegar a 1,2 bilhão de teraeletrons-volts. Com isso, oficialmente, o mecanismo seria o mais poderoso da história, superando um instalado em Chicago.
A primeira experiência científica no Cern deve ocorrer nos primeiros meses de 2010, quando começará a ocorrer choques de prótons, para se esquadrinhar a composição do universo e suas menores partículas.