Cientistas que procuram o Bóson de Higgs – mais conhecido como Partícula de Deus -, uma esquiva partícula subatômica, informaram nesta terça-feira que deram mais um passo na busca pela partícula que pode confirmar a forma como a ciência descreve o universo.

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Experiências realizadas no Grande Colisor de Ádrons (LHC), da Organização Europeia para Pesquisas Nucleares (Cern) “reduziram a janela na qual cientistas acreditam que encontrarão o Bóson de Higgs”, disser Bruno Mansoulie, pesquisador do Cern.

Os pesquisadores afirmaram ter encontrado “pistas intrigantes”, mas não uma prova definitiva, de que a partícula existe, o que aproxima os cientistas da descoberta do que acreditam ser a matéria-prima básica do universo. Os pesquisadores disseram também esperar chegar a uma conclusão sobre a existência ou não do Bóson de Higgs até o ano que vem.

Os últimos dados mostram que a massa de um bóson de Higgs, popularmente conhecido como “Partícula de Deus”,

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provavelmente recai numa faixa especial, na extremidade inferior do espectro que pode ser produzido por esmagamento de prótons no colisor, afirmaram pesquisadores de dois grupos independentes nesta terça-feira.

Os dois grupos disseram que seus dados indicam que a partícula pode ter a massa entre 114 bilhões e 130 bilhões de elétron volts (GeV). Um bilhão de elétron volts tem quase a massa de um próton. A massa mais provável de um Bóson de Higgs é de cerca de 124 bilhões e 126 bilhões de elétron volts, afirmaram os grupos de pesquisa.

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O físico britânico Peter Higgs e outros cientistas criaram a teoria da existência da partícula mais de 40 anos atrás para explicar porque partículas subatômicas – a matéria-prima do universo – têm massa.

Os dois grupos de pesquisa trabalham no Cern, que controla do Grande Colisor de Ádrons, projeto de US$ 10 bilhões instalado na fronteira entre a Suíça e a França. Trata-se de um túnel de 27 quilômetros onde feixes de prótons são enviados para colidir com o outro a altíssimas velocidades.

O Bóson de Higgs é difícil de encontrar não por causa de seu tamanho diminuto, mas porque é difícil de ser criado, disse o físico Howard Gordon do Laboratório Nacional Brookhaven, em Upton, Nova York, que trabalha para o experimento Atlas.

Físicos promovem a colisão de prótons a uma velocidade muito alta, mas apenas uma minoria das colisões criam Bóson de Higgs. Quanto maior a energia envolvida, mais alta a fração de colisões que produzirão as Partículas de Deus.

Frank Wilczek, ganhador do prêmio Nobel e professor de física do Massachusetts Institute of Technology (MIT), disse que encontrar o Bóson de Higgs vai amarrar uma ponta solta do chamado modelo padrão da física, o que exige a existência de uma partícula como a de Higgs. As informações são da Associated Press e da Dow Jones.