Com auxílio de um submarino manejado por controle remoto, cientistas descobriram o vulcão mais profundo do planeta – cinco quilômetros abaixo da superfície marinha. O vulcão fica no Mar do Caribe e, segundo os cientistas, novas espécies marinhas podem habitar as águas ferventes de sua parte interna, onde também pode haver novas pistas sobre a origem da vida na Terra.

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Os especialistas a bordo do submarino James Cook disseram ter descoberto o vulcão numa região conhecida como Fossa Abissal das Caimãs. A região é um espaço aberto no fundo do mar, que foi cenário do filme “The Abyss” (O Segredo do Abismo) de 1989, do diretor James Cameron.

O geólogo Bramley Murton, piloto do submarino, disse que explorar a região foi “como explorar a superfície de outro mundo”, cheia de minerais de cores diferentes e enormes coleções de microrganismos azuis e florescentes, que crescem em águas mais frias ao redor das bordas do vulcão. A cena “não se iguala a nada do que eu havia visto antes”, disse Murton.

Os respiradouros vulcânicos são buracos nos quais a água do mar entra no solo. Alguns podem medir mais de dois quilômetros. As temperaturas ali podem chegar a 400 graus centígrados, esquentando a água até o ponto de derreter o chumbo. A água abrasadora e rica em minerais é devolvida no fundo do oceano.

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A pressão espetacular – 500 vezes maior que a da atmosfera da Terra – evita que a água ferva. O ambiente dos vulcões submarinos, dizem os cientistas, parece brutal: o intenso calor e a pressão se combinam com metais tóxicos. Não obstante, perto dos respiradouros existem colônias de animais exóticos, como camarões cegos e enormes caranguejos brancos. “Embora estas condições sejam totalmente hostis para seres da superfície como nós, a vida existe em todas as profundezas dos oceanos”, disse o biólogo Jon Copley.