A análise de contas de vidro colorido encontradas na Lua pelas missões Apollo 15 e Apollo 17, realizadas em 1971 e 1972, revelam que o interior do satélite foi rico em água até cerca de 3 bilhões de anos atrás. A descoberta, apresentada na edição desta semana da revista científica Nature, contradiz a idéia, mais comumente aceita, de que a Lua já surgiu desidratada, e oferece uma explicação para a origem dos depósitos que gelo que parecem existir em crateras localizadas nos pólos do satélite.

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"O que nossas descobertas indicam é de que ou a água não se perdeu por completo no grande impacto que formou a Lua, ou que ela voltou a se acumular por meio de material de meteoritos, nos primeiros 100 milhões de anos da formação do satélite", diz o principal autor do estudo, o argentino Alberto Saal, atualmente na Universidade Brown, nos EUA. Embora as amostras sejam antigas a análise atual só foi possível graças a desenvolvimentos tecnológicos recentes.

A teoria mais aceita para a origem da Lua diz que o satélite surgiu após a colisão de um outro astro, do tamanho de Marte, com a Terra primitiva, há mais de 4 bilhões de anos. "A idéia é de que o material expelido pelo impacto formou um anel, que aos poucos se agregou para formar a Lua", explica Saal.

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