Cientistas criam milho modificado com três genes

Cientistas espanhóis desenvolveram um milho transgênico com níveis elevados de três nutrientes: betacaroteno (precursor da vitamina A), folato (vitamina B) e ascorbato (vitamina C). O genoma da planta foi modificado com três genes, uma para a síntese de cada molécula. O experimento foi feito com o milho branco, principal variedade consumida na África subsaariana, e os cientistas propõem que ela seja usada para reduzir a desnutrição no continente. Não é a primeira vez que pesquisadores inventam um transgênico “fortificado”.

O produto mais famoso nessa linha é o chamado “arroz dourado”, que contém níveis elevados de betacaroteno. Outros exemplos incluem alface com alto teor de ferro e tomates com mais licopeno. Nenhum deles, porém, obteve sucesso comercial até agora. Todos os transgênicos disponíveis no mercado são plantas modificadas com características de produção, como resistência a herbicidas e insetos. O trabalho está publicado na edição desta semana da revista PNAS, da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos.

O artigo descreve apenas a transformação genética da planta. Ainda não foram feitos estudos para comprovar a segurança do milho e se as vitaminas são absorvidas e metabolizadas normalmente pelo organismo. Do ponto de vista técnico, a obtenção de uma planta modificada com três genes é uma façanha, segundo o geneticista Ernesto Paterniani, professor aposentado da Escola Superior Agrícola Luiz de Queiroz (Esalq) da Universidade de São Paulo. “Certamente é algo que pode trazer um benefício muito grande para a nutrição humana e animal”, avalia.

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