Uma bomba detonada por controle remoto explodiu hoje na capital do Irã, matando um professor de ciência nuclear da Universidade de Teerã, segundo a imprensa estatal iraniana. Atentados terroristas contra funcionários do Irã e outros alvos em províncias remotas não são incomuns no país. Porém, uma bomba em Teerã é algo bastante raro, e o alvo da ação levanta dúvidas sobre a possibilidade de o ataque estar relacionado ao controverso programa nuclear do regime local.
O Irã afirma possuir um programa nuclear pacífico, com metas como a produção de eletricidade. Já vários países, entre eles os Estados Unidos e Israel, afirmam que o país busca também produzir armas em segredo. No ano passado, os EUA impuseram um prazo de um ano para os progressos nas negociações sobre as ambições nucleares de Teerã. Os norte-americanos ameaçam impor mais sanções, caso não haja avanços.
O Irã acusou recentemente Washington de cumplicidade no suposto sequestro de outro cientista nuclear iraniano, que desapareceu no ano passado durante uma peregrinação religiosa à Arábia Saudita. Os EUA e a Arábia Saudita rechaçaram qualquer plano de sequestro.
Autoridades informaram hoje que os explosivos estavam em uma motocicleta, que explodiu perto do carro do professor, próximo da casa dele no norte da capital, segundo a Press TV, uma agência estatal em língua inglesa.
A promotoria de Teerã afirmou que o alvo do ataque, Massoud Ali-Mohammadi, era ligado à Universidade de Teerã, onde ensinava Física Nuclear. Não está claro se ele tinha algum papel direto no programa nuclear iraniano. A mídia estatal identificou Ali-Mohammadi como um “leal partidário” da Revolução Islâmica. As autoridades investigam o caso, mas não prenderam nenhum suspeito, segundo a mídia estatal. As informações são da Dow Jones.