A Alemanha sofreu ontem um dos maiores ataques cibernético de sua história, que atingiu centenas de políticos, incluindo a chanceler Angela Merkel, além de artistas e jornalistas. O governo alemão qualificou de um “ato grave” contra as instituições democráticas e convocou uma reunião de emergência dos órgãos de ciberdefesa.

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A porta-voz do governo, Martina Fietz, disse que nenhum “dado sensível” sobre Merkel, políticos ou membros do governo foi publicado. Mas, nos documentos divulgados ontem há e-mails enviados à chanceler e até uma carta.

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Segundo a imprensa alemã, os hackers publicaram dados que incluem detalhes bancários e de cartões de crédito, números de telefones celulares, conversas por e-mail e documentos de identidade de políticos de todos os principais partidos do país, exceto da Alternativa para a Alemanha (AfD), de extrema direita. Os partidos foram notificados do ataque e iniciaram as próprias investigações.

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O vazamento de dados foi orquestrado a partir de uma conta no Twitter que tinha cerca de 17 mil seguidores no período de Natal, mas o governo só divulgou a informação ontem. “O governo não tem como confirmar ou negar neste momento se houve um ataque cibernético como já aconteceu no país”, informou o porta-voz do Ministério do Interior, Sören Schmidt.

O Gabinete de Segurança de Computadores (BSI, na sigla em alemão) afirmou no Twitter que foi “um ciberataque contra políticos” e explicou que está “investigando intensamente o assunto com a estreita coordenação das autoridades”. No ano passado, políticos disseram que uma potente invasão atingiu a rede de computadores do Ministério de Relações Exteriores da Alemanha.

Rússia

Funcionários da área de segurança do governo culparam a Rússia pelas ações anteriores, incluindo o grupo de hackers APT28 que, segundo especialistas, está diretamente ligado a uma agência russa de espionagem. Especialistas acreditam que esse mesmo grupo estava por trás dos ataques durante a eleição presidencial dos EUA, em 2016.

“O vazamento dos dados de centenas de políticos da Alemanha é algo alarmante, mas, ao mesmo tempo, não é surpreendente”, disse Mike Hart, da empresa de segurança online FireEye. “Quem quer que seja o responsável, pretende intimidar os políticos, mas não terá sucesso”, disse Lars Klingbeil, secretário-geral do Partido Social-Democrata (SPD), membro da coalizão de Merkel. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo. (com agências internacionais)