Chuvas de monções provocaram as piores enchentes do noroeste do Paquistão em décadas, matando pelo menos 1.100 pessoas e as equipes de busca ainda trabalham no resgate de mais de 27 mil pessoas isoladas em áreas inundadas. O representante do governo responsável pelo gerenciamento de desastres, Adnan Khan, disse que o número de mortes pode aumentar ainda mais, porque existem algumas áreas na província Khyber-Pakhtoonkhwa nas quais as equipes não conseguem chegar.

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Cerca de 700 pessoas morreram afogadas no Vale do Peshawar, que inclui os distritos de Nowshera e Charsada, e 115 pessoas ainda estão desaparecidas, segundo Kahn. Os distritos de Swat e Shangla também foram duramente atingidos e mais de 400 pessoas morreram na região, segundo Mujahid Khan, o chefe das equipes de busca da instituição privada de caridade Edhi Foundation. Somente em Swat, as inundações destruíram mais de 14.600 casas e 22 escolas, informou Khan. El disse ainda que 30 mil soldados do exército estão ajudando nas operações de busca.

A diminuição das chuvas facilitou os trabalhos de busca e a redução do nível das águas também revelou a dimensão do desastre. “O monitoramento aéreo nos mostrou que vilas inteiras foram dizimadas, animais morreram afogados e os silos de grãos foram destruídos”, disse Latifur Rehman, porta-voz da Autoridade Provincial de Gerenciamento de Desastres. “A destruição é maciça”, acrescentou. O governo enviou 43 helicópteros e mais de 100 barcos para tentar resgatar cerca de 27.300 pessoas que ainda estão isoladas pela enchente.

O desastre ocorreu justamente no período em que os residentes do distrito de Swat começavam a se recuperar da grande batalha entre exército e o Taleban, que destruiu a região no primeiro semestre deste ano, fazendo com que dois milhões de pessoas deixassem suas casas. Cerca de um milhão ainda não havia conseguido retornar para seus lares.

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A Organização das Nações Unidas (ONU) estima que um milhão de pessoas em todo o país tenham sido afetadas pelas enchentes, e que a escala do desastre deve abalar ainda mais a cambaleante economia paquistanesa, que já vem empenhando recursos para lutar com o Taleban.