O ex-primeiro ministro britânico Winston Churchill ordenou a morte do ditador italiano Benito Mussolini em 1945, “numa conspiração orquestrada em Londres”, assegura um documentário da rede de TV RAI. De acordo com “Mussolini: a verdade final”, produzido pelo americano Peter Tompkins, que foi espião das forças aliadas em Roma em 1944, “foram os agentes secretos britânicos, e não os ?partigiani? (guerrilheiros italianos), os responsáveis pela morte de Mussolini”.
O documentário, elaborado em base a pesquisas em arquivos dos serviços de espionagem britânicos durante a II Guerra, afirma que Mussolini foi executado em 1945 por um grupo de agentes britânicos por ordem expressa do próprio Churchill, que também determinou a destruição de mensagens secretas trocadas com o dirigente fascista.
Segundo o programa, as cartas entre Churchill e Mussolini revelavam um pacto secreto entre Londres e Roma, pelo qual a Itália poderia fazer um acordo de paz em separado com os aliados, ao contrário do que fora decidido na conferência tripartite mantida pelo primeiro-ministro britânico, o dirigente soviético Josef Stalin e o presidente americano Franklin Roosevelt.
A última carta de Mussolini, datada de 24 de abril de 1945, pede a interferência de Churchill para que lhe fosse garantida “a oportunidade de me defender e justificar meus atos”. Para sustentar sua teoria, os documentaristas entrevistaram, entre outros, membros do Partido Comunista italiano, uma mulher que presenciou a morte do “Duce”, Dorina Mazzola, e Claudio Ersoch, neto do chefe de operações do regime fascista, que confirmou a existência das mensagens secretas entre Mussolini e Churchill.
Até o momento, acreditava-se que o dirigente italiano havia sido executado por guerrilheiros locais perto do lago de Como, no norte da Itália, a 28 de abril de 1945, junto com sua amante, Clara Petacci.