Chineses celebram ano-novo e superlotam transportes

Para um quinto da humanidade, o ano-novo chegou nesta segunda-feira (26) e não em 1º de janeiro. Cerca de 1,3 bilhão de chineses pararam no domingo para se despedir do Rato e dar boas-vindas ao Boi, animal que regerá este ano até 14 de janeiro de 2010, quando cederá lugar ao Tigre. Também chamado de Festival da Primavera, o feriado é o mais importante do país e provoca a maior movimentação de pessoas de todo o mundo, deixando o sistema de transportes chinês à beira do colapso.

As ferrovias chinesas têm capacidade para carregar 2,8 milhões de passageiros por dia, mas no período de 40 dias antes, durante e depois do feriado esse número mais do que dobra. Este ano, a temporada do ano-novo começou em 11 de janeiro, quando o movimento diário de passageiros começou a subir – atingiu uma média de 4,5 milhões, entre os dias 14 e 16, e bateu o recorde de 5 milhões, no dia 17.

Os trens vão absolutamente lotados e muitos chineses fazem viagens de até 30 horas em pé. Comprar passagens de trem exige perseverança e uma espera de horas em filas intermináveis. A atuação de cambistas e uma rede de conexões e corrupção reduzem a oferta e os que conseguem passagens pela via oficial são considerados felizardos.

De acordo com o governo, os chineses realizarão um total de 2,3 bilhões de viagens por trem, carro, ônibus, avião e barco nos 40 dias da temporada do ano-novo – 90% das quais nas rodovias do país.

Para os cerca de 150 milhões de chineses que nas últimas décadas deixaram o campo para trabalhar nas cidades – os chamados migrantes rurais -, o Festival da Primavera é quase sempre a única oportunidade de reencontro com a família. Muitos migrantes deixam filhos e mulheres nas suas vilas de origem, enquanto vagam pelo país em busca de empregos na construção civil e em fábricas que não exigem mão-de-obra qualificada.

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