Chinês é condenado a três anos por divergir do governo

Uma corte da China sentenciou hoje um veterano dissidente a três anos de prisão, após ele criticar a resposta do governo ao terremoto de 2008 que matou aproximadamente 90 mil pessoas. O dissidente Huang Qi foi acusado de posse ilegal de segredos de Estado pela corte distrital de Wuhou, na cidade de Chengdu, no oeste chinês, disse por telefone sua mulher, Zeng Li.

Huang foi detido em 10 de junho de 2009, após publicar textos em seu site na internet criticando a resposta do governo ao grande terremoto que atingira um mês antes a província de Sichuan. Huang também falou com a imprensa estrangeira sobre as acusações dos parentes, segundo as quais crianças morreram por causa de escolas construídas de forma irregular. O governo tentou silenciar essas acusações.

Zeng disse que não há detalhes disponíveis sobre a acusação de violar segredos de Estado, uma acusação pouco definida comumente usada pelos líderes comunistas para perseguir dissidentes e prender ativistas. Por as acusações supostamente envolverem segredos de Estado, as autoridades podem impedir que Huang receba visitas de seu advogado ou que sejam copiados os autos do processo, segundo o grupo pelos direitos humanos Anistia Internacional.

Zeng afirmou que a corte se recusou a divulgar um relatório escrito sobre a sentença, deixando-a pelo menos temporariamente impedida de apresentar uma apelação. Ela disse que pretende apelar. A Anistia Internacional pediu a libertação imediata do dissidente.

Huang já cumpriu cinco anos de prisão por acusações de subversão, vinculadas a textos políticos postados por ele em seu site. Desde sua libertação, em 2005, Huang apoiou várias causas, incluindo o auxílio às famílias dos mortos na repressão aos protestos por democracia, em 1989, e também as reclamações de fazendeiros envolvidos em disputas de terras com autoridades.

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