O artista plástico e dissidente chinês Ai Weiwei deu seu apoio ao democrata Barack Obama para a Presidência dos Estados Unidos, mas o criticou por não ter mencionado os direitos humanos na relação com a China.
Em depoimento à emissora de televisão CNN hoje, o opositor ao regime comunista disse que o democrata é mais confiável, apesar de estar desapontado por nenhum dos candidatos ter comentado sobre a situação dos dissidentes e a corrupção no PC chinês.
“Por não tocar nesses assuntos, os candidatos estão protegendo a parceria estratégica com a China, em detrimento de valores e crenças humanas essenciais”.
Ele defendeu a democracia em todo o mundo, mas disse que o pleito nos Estados Unidos é influenciado por interesses de indivíduos e organizações que investem nas candidaturas.
“As campanhas são meros mostruários, extravagantes e vazios. O tempo, o dinheiro e as energias gastas nos grandes espetáculos poderiam ser usados para resolver os problemas específicos dos americanos”.
Cobertura
Ai Weiwei disse que os meios de comunicação chineses não fazem menção à eleição americana e que o país não aparenta estar preocupado com o vencedor.
“A cobertura midiática raramente foge dos eventos regionais e da relação com a China, como a disputa com o Japão pelas ilhas Diaoyu [Senkaku para os japoneses]. As pessoas conhecem Obama como personalidade e Romney continua um completo desconhecido”.
O dissidente afirmou que é impossível comparar as sociedades chinesa e americana, mas que as escolhas nos dois países “demonstram dois extremos diferentes no poder político” entre as duas potências.