O governo da China planeja uma nova rodada de conversações com os enviados do dalai-lama, informou nesta quarta-feira (29) a mídia estatal chinesa, alguns dias após o líder espiritual ter expressado desapontamento sobre as perspectivas de progresso por maior autonomia ao Tibete. O encontro entre as duas partes acontecerá “em futuro próximo”, informou a Xinhua, agência estatal de notícias da China, sem dar uma data específica.

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As discussões deveriam ter ocorrido no final deste mês, mas não ficou claro se elas realmente progredirão após as declarações do dalai-lama, que é freqüentemente demonizado por Pequim. Thupen Samphel, porta-voz do auto-proclamado governo do Tibete no exílio, que funciona em Dharmsala, no norte da Índia, disse que não tinha comentários a fazer sobre o anúncio chinês.

Ao citar um funcionário não nomeado, a Xinhua disse que as discussões ocorrerão apesar dos motins contra a China que aconteceram no começo do ano em Lhasa, capital do Tibete, e de “algumas sabotagens sérias feitas nos Jogos Olímpicos de Pequim, por separatistas a favor da independência do Tibete”. O dalai-lama e o governo no exílio deveriam “aproveitar essa oportunidade e dar uma resposta positiva à iniciativa das autoridades centrais”, disse o funcionário chinês.

No começo da semana, a porta-voz do Ministério do Exterior da China, Jiang Yu, instou o dalai-lama a “entender melhor a situação, demonstrar sinceridade e fazer algo de bom para o povo do Tibete na sua vida”. O anúncio feito hoje ocorreu um dia após funcionários tibetanos na Índia terem dito que o dalai-lama convocou um encontro especial de comunidades de tibetanos no exílio e organizações políticas, para discutir o futuro, em meio à falta de progresso nas conversações com a China.

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