China limita dívidas de governos locais a US$ 2,5 trilhões

A China impôs um limite de 16 trilhões de yuans (US$ 2,5 trilhões) à dívida de governos locais, em uma tentativa de abordar um dos principais fatores que impedem o crescimento da economia do país. O Comitê Permanente do Congresso Nacional do Povo da China limitou em 600 bilhões de yuans o valor que pode ser emprestado diretamente aos governos locais neste ano, informou a agência de notícias estatal Xinhua, neste domingo. Esse valor seria somado à dívida de 15,4 trilhões de yuans que os governos locais detinham no final de 2014. Os limites impostos não incluem passivos indiretos, estimados em 8,6 trilhões de yuans, segundo a agência de notícias.

A última estimativa do governo da China apontou que os governos locais deviam 17,9 trilhões de yuans, em meados de 2013, incluindo as dívidas indiretas, montante muito superior ao observado seis anos antes, quando o valor devido era praticamente insignificante. Segundo a Xunhua, o débito dos governos locais cresceu 40% no ano passado, comparado ao primeiro semestre de 2013.

As novas regras foram anunciadas em um momento quando a China enfrenta altos níveis de débito dos governos locais, que em grande parte foi resultado das tentativas de sustentar o crescimento econômico após a crise financeira de 2008. As medidas tiveram sucesso em manter o crescimento, mas sobrecarregou os governos locais.

Agora que o crescimento está desacelerando novamente, os altos níveis de dívidas da China são considerados um risco à economia, e dá menos opções ao governo de Pequim. Uma série de indicadores econômicos fracos nas últimas semanas colocaram em dúvida a possibilidade de a China alcançar sua meta de crescimento de 7% neste ano, o que já seria a menor alta em 25 anos.

Segundo o primeiro-ministro da China, Li Keqiang, a economia está operando em níveis apropriados e o país deve continuar a liderar o crescimento mundial, mesmo que tenha sido afetado pelas recentes turbulências no mercado internacional.

Na quinta-feira, a China expandiu sua quota para substituir dívidas antigas dos governos locais com títulos emitidos para 3,2 trilhões de yuans de 2 trilhões de yuans, segundo o ministro de Finanças do país, Lou Jiwei.

Separadamente, o governo do país informou que irá remover, a partir de 1 de outubro, uma regra local que limita a capacidade de empréstimo dos bancos comerciais do país. Atualmente, os bancos só podem emprestar no máximo 75% do valor que é depositado. Analistas dizem que o movimento pode aumentar modestamente os empréstimos e, ao mesmo tempo, tornar os bancos mais seguros, pois muitos eram encorajados a disfarçar empréstimos como investimentos ou movê-los para fora de seus balanços. Fonte: Dow Jones Newswires.

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