A China executou mais pessoas no ano passado que qualquer outro país do mundo, com pelo menos 470 mortes. A informação faz parte de um relatório divulgado nesta terça-feira (15) pela Anistia Internacional. Apesar de ainda ser o primeiro do ranking, o país reduziu o número de execuções em comparação a 2006, quando o número chegou a 1.010, segundo a entidade internacional. Em resposta aos dados o Ministério de Relações Exteriores chinês informou que a China limitou a pena de morte a um pequeno número de criminosos sérios e, por isso, não planeja aboli-la.

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"Nós controlamos estritamente e tomamos uma atitude prudente em relação à pena de morte para garantir que esta apenas se aplique a um número pequeno de criminosos que cometeram delitos sérios", disse Jiang Yu, porta-voz do ministério. Segundo ela, Pequim não aboliria a pena de morte no momento pois "as condições não são boas" para isso. "Isso não seria aceito pela população chinesa", disse Jiang. A porta-voz não respondeu a uma questão sobre um possível aumento de transparência nas execuções. A China trata o tema como um segredo de Estado.

A diminuição do número de execuções no ano passado ocorreu em parte por causa de uma reforma que começou em janeiro de 2007. A partir de então, a mais importante corte chinesa passou a revisar todos os casos envolvendo penas de morte. A reforma mostra que o governo busca mudar o atual sistema. Muitas vezes, pessoas são mortas poucas semanas após serem condenadas por crimes que variam da corrupção ao assassinato.

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