Chongqing, no centro da China, costuma ser comparada à cidade norte-americana de Chicago pelo seu papel no estímulo ao desenvolvimento do oeste do país. Mas, nas últimas semanas, era possível traçar outro paralelo entre as duas cidades na história do combate à máfia, ainda que com 70 anos de distância.
Como na Chicago dos anos 30, Chongqing decidiu enfrentar o crime organizado que sustenta uma rede de cassinos clandestinos, corrupção, prostituição e drogas. A diferença é que o papel de Al Capone na cidade chinesa é ocupado por uma mulher: Xie Caiping, de 46 anos, cunhada do ex-chefe de Justiça local, preso em setembro. O julgamento de Xie Caiping e de mais 22 acusados começou na quarta-feira e mobilizou a opinião pública do país.
Chamada de “Poderosa Chefona” pelo jornal oficial do Partido Comunista, o “Diário do Povo”, Xie é a única mulher a ocupar um posto de comando na estrutura do crime organizado local. Mas o que provocou uma onda de comentários na internet é a informação – não confirmada – de que ela teria uma rede de 16 jovens amantes, sustentada com os recursos obtidos ilegalmente.
De acordo com a imprensa oficial chinesa, cerca de 2 mil pessoas foram detidas em Chongqing desde julho, quando teve início a ofensiva liderada pelo secretário-geral do Partido Comunista, Bo Xilai, contra a máfia local.