A capital da China está sob forte esquema de segurança nesta quarta-feira, 25º aniversário da sangrenta repressão do Partido Comunista contra manifestantes pró democracia em 1989. A polícia age agressivamente para evitar atos que relembrem os eventos tanto no interior quanto ao redor da Praça da Paz Celestial ou Tiananmen.

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Uma grande quantidade de policiais e agentes de segurança à paisana se distribuem pela ampla praça, enquanto unidades armadas com rifles de assalto foram vistas patrulhando o centro da capital.

Autoridades intensificaram suas ações nos dias anteriores ao aniversário neste ano, detendo ativistas de direitos humanos e contendo discussões online sobre o evento. Dezenas de policiais e paramilitares patrulhavam a avenida Chan’an, principal via que leva à Praça da Paz Celestial e ao Grande Salão do Povo.

Como de costume, a praça estava cheia de turistas e agentes de segurança nesta quarta-feira, embora alguns visitantes expressassem nervosismo por serem vistos no local no mais sensível aniversário de um evento político na China.

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Acredita-se que pelo menos algumas centenas de estudantes e manifestantes morreram no interior e nas proximidades da praça em junho de 1989, quando tropas se movimentaram para interromper semanas de protestos que pediam democracia e outras mudanças políticas. Os manifestantes demonstraram níveis de discordância raramente vistos no país.

No Weibo, um microblog parecido com o Twitter, referências diretas ou não à repressão na Praça da Paz Celestial foram rapidamente retiradas do ar e as contas de alguns conhecidos ativistas foram suspensas ou apagadas.

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A China também intensificou a fiscalização em empresas estrangeiras de internet. Os serviços do Google no país estavam quase que totalmente inacessíveis e o LinkedIn também informou que exigências da censura local haviam “recentemente sido impostas sobre nós na China”. Os vistes em inglês e chinês do Wall Street Journal estão inacessíveis há dias.

Em comunicado emitido nesta quarta-feira, a Casa Branca pediu que as autoridades chinesas se responsabilizem pelas pessoas mortas, detidas ou desaparecidas em eventos relacionados à repressão de 4 de junho. “Os Estados Unidos sempre vão se declarar em apoio às liberdades básicas dos manifestantes na Praça da Paz Celestial”, diz o documento.

Durante coletiva diária do Ministério de Relações Exteriores nesta quarta-feira, o porta-voz Hong Lei pediu que os Estados Unidos “parem de fazer declarações irresponsáveis envolvendo questões internas da China”. Fonte: Dow Jones Newswires.