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China impõe tarifas sobre 128 produtos dos EUA, incluindo carne suína e frutas

A China anunciou que vai impor novas tarifas sobre produtos como carne suína e frutas dos Estados Unidos, em retaliação à decisão do presidente americano, Donald Trump, de sobretaxar a importação de aço e alumínio – mercados em que o país asiático é um player dominante. O Ministério de Finanças da China disse que as novas tarifas entram em vigor nesta segunda-feira (2). O anúncio ocorre após semanas de ameaças chinesas, em meio à escalada das tensões comerciais entre EUA e China.

A Comissão de Tarifas Aduaneiras da China vai impor uma tarifa de importação de 25% sobre oito produtos, incluindo carne suína. Foi anunciada também uma tarifa de 15% sobre a importação de 120 commodities, incluindo frutas.

Em 23 de março, entraram em vigor tarifas de Washington contra o aço e alumínio, de 25% e 10%, respectivamente. Segundo comunicado do ministério chinês, as medidas dos EUA violam regras relevantes da Organização Mundial do Comércio (OMC), não cumprem os requisitos para serem classificadas como “exceções de segurança” e na verdade constituem medidas de salvaguarda. O comunicado diz ainda que isso causou sérios danos aos interesses chineses. As tarifas impostas pela China são legítimas e têm como objetivo defender seus interesses, disse o ministério.

Produtores de carne suína dos EUA, em particular, devem ser bastante prejudicados pelas novas tarifas chinesas. Criadores de suínos e frigoríficos expandiram seus plantéis e construíram grandes unidades de processamento com a expectativa de exportações maiores. Em Eagle Grove, no Estado de Iowa, a Prestage Farms está construindo uma unidade para processar carne que teria como destino a China e outros países. Ron Prestage, presidente do negócio de família, teme que a planta possa ser vítima da disputa comercial com a China.

O lucro da chinesa WH, maior processadora mundial de carne suína, também deve ser afetado pelas tarifas. A WH comprou a norte-americana Smithfield em 2013, e uma das razões para a aquisição era tirar vantagem da diferença entre os preços de carne suína nos EUA e na China. A carne norte-americana costuma custar menos do que a chinesa por causa da escala e da eficiência da indústria dos EUA. Além disso, partes dos animais que os americanos não costumam consumir, como fígado e coração, por exemplo, podem ser vendidos na China por preços mais altos.

Richard Owen, vice-presidente da Associação de Comercialização de Frutas dos EUA, disse na semana passada que as tarifas também prejudicariam toda a cadeia de suprimentos da indústria de frutas do país. Os EUA exportam grandes quantias de cerejas, maçãs, uvas e cítricos para a China, bem como ameixas, peras e morangos. Fonte: Associates Press e Dow Jones Newswires.

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