Duas grandes fábricas de brinquedos no sul da China fecharam as portas esta semana, em razão da crise nos Estados Unidos, o principal destino de suas exportações, deixando 6,5 mil pessoas desempregadas. As falências são as maiores registradas em um setor que enfrenta dificuldades desde o primeiro semestre deste ano, quando metade de seus pequenos exportadores fecharam as portas.
A China produz cerca de 80% dos brinquedos consumidos em todo o mundo e a maioria de suas fábricas trabalha como subcontratadas das grandes marcas mundiais, como Disney e Mattel.
Segundo representantes da empresa Smart Union, a principal razão para o fechamento das duas unidades é a grande dependência em relação ao mercado dos Estados Unidos, país imerso na mais grave crise financeira desde 1930.
Além da turbulência global, as empresas chinesas enfrentaram uma série de problemas domésticos nos primeiros seis meses deste ano, o que provocou desaceleração do crescimento do país. Na segunda-feira (dia 20), o governo chinês anunciará o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) do período de julho a setembro, que deverá ser o quarto trimestre consecutivo de queda do ritmo de expansão da economia chinesa. Na primeira metade do ano, o crescimento foi de 10,4%.
Estatísticas oficiais indicam que 3.631 exportadores de brinquedos do sul da China fecharam suas portas no primeiro semestre, o equivalente a 52,7% do total. A grande maioria era de pequenas e médias empresas, com volume de vendas ao exterior inferior a US$ 100 mil ao ano.
O sul da China é a principal base de produção de bens de exportações intensivos em mão-de-obra, como brinquedos, calçados e têxteis. Também é o local da Feira de Cantão, o principal evento de exportações do país, que teve início esta semana com uma brutal queda de visitantes.