A China testou ontem em voo seu primeiro caça supersônico furtivo, projetado e produzido pela indústria aeronáutica do país. Dotado de tecnologia para evitar a detecção por radar ou rastreadores a laser, o J-20 Chengdu, Águia Negra, cruzou o ar a baixa altura e velocidade reduzida durante 20 minutos. No dia 22, o mesmo protótipo havia feito a primeira aparição pública, durante ensaios de rolagem rápida na pista do Chengdu Air Group. O comandante da aviação militar chinesa, general He Weirong, disse ontem que o cronograma do J-20 prevê as primeiras entregas aos esquadrões de combate Dragão Vermelho e Dragão Amarelo em maio de 2017.
A aeronave é grande, de 23 metros de comprimento – pouco mais curto que um turboélice comercial tipo ATR-42, para 40 passageiros – e pesada, coisa de 36 toneladas em condições de batalha. Asas delta curtas, de 14 metros. Velocidade acima de 2.200 quilômetros por hora e capacidade de manter-se em cadência supersônica de 1.700 km/hora por longos períodos. Utiliza dois motores russos Saturn, embora o general He tenha afirmado que os modelos de série serão equipados com novas turbinas WS, chinesas.
O especialista americano em engenharia aeronáutica militar, William Switeeman, acredita que o J-20 visto nas últimas semanas “ainda é um protótipo de desenvolvimento ou uma versão de demonstração tecnológica, precedendo um produto de série mais compacto que ainda está sendo apurado”.