China exige corte acima de 10% no minério da Vale

A mineradora brasileira Vale mantém a proposta feita no fim de janeiro de corte de 10% no preço do minério de ferro nas negociações com a China, mas as siderúrgicas continuam exigindo redução maior, informou o presidente da Associação das Minas de Metalurgia da China, Zou Jian. As siderúrgicas chinesas, lideradas pela CISA e pela Baosteel, estão em negociações de preço para os contratos de aquisição de minério de ferro para 2009-2010 com a Vale, Rio Tinto e com a BHP Billiton.

Segundo Zou, a Vale está pronta para assinar um acordo de preço “imediatamente” se os chineses aceitarem a oferta. “Mas ninguém quer aceitar a proposta”, acrescentou Zou que também é diretor da Associação de Ferro e Aço da China (CISA, em inglês). De acordo com ele, as mineradoras anglo-australianas BHP Billiton e a Rio Tinto ainda têm de apresentar uma oferta de preço.

Zou afirmou ainda que talvez a Vale feche um acordo com as siderúrgicas japonesas e com as europeias primeiro, estabelecendo uma referência de preço para às chinesas. “É uma possibilidade, já que a Vale está mais ansiosa para chegar a um acordo” do que outros produtores, ressaltou o executivo.

Um corte de 10% no preço do minério da Vale em relação aos contratos do ano passado podem implicar reduções ainda maiores nos preços do minério oferecido pela BHP e pela Rio Tinto, que no ano passado negociaram preços superiores aos da Vale. “Eles esperam que os preços do aço se recuperem, mas isso não parece provável”, disse Zou, observando que a queda nos preços este ano deve ser “ampla”. “É razoável acreditar que haverá um corte de 30% a 50% nos preços”, disse.

Ainda, o executivo prevê que as negociações serão longas, diante do enfraquecimento na demanda e do desejo das siderúrgicas de aproveitar as fracas condições do mercado para forçar cortes expressivos nos preços. “Não será rápido”, estimou o executivo, sem oferecer, entretanto, uma projeção de tempo.

Frete

Assim como Shan Shanghua, o secretário-geral da associação, Zou reiterou que a China não aceitará um “prêmio de embarque”, que no ano passado criou uma premissa, permitindo a Rio Tinto e a BHP Billiton elevarem os preços à média de 85%, acima do aumento de até 71% em relação ao preço do minério oferecido pela Vale.

Na ocasião, as mineradoras anglo-australianas argumentaram, com sucesso, que o aço australiano, geograficamente localizado próximo à China, custam menos para embarcar e por isso mereciam um prêmio sobre o preço do minério da Vale. Após a Rio Tinto e a BHP Billiton terem assegurado preços maiores, a Vale buscou obter aumento intermediário de mais 10% nos preços. As informações são da Dow Jones.

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