A China executou hoje um fazendeiro do setor de laticínios e um vendedor de leite. Foram as únicas pessoas sentenciadas à morte pelo escândalo em que um produto químico era adicionado a uma fórmula de leite para crianças, causando pelo menos seis mortes e deixando mais de 300 mil doentes.
A contaminação do leite em pó pelo componente melamina foi um dos piores escândalos no setor alimentício chinês. Pequim quer mostrar que respondeu de maneira rápida e abrangente para combater o problema. Quando o escândalo veio a público, em setembro de 2008, houve denúncias de que o governo impediu a divulgação das informações até o fim dos Jogos Olímpicos na capital chinesa.
Fazendeiros do setor e intermediários envolvidos conspiraram para aumentar os lucros, adicionando água no leite e em derivados antes de vendê-los. A melamina, rica em nitrogênio, era usada para mascarar testes de proteína do leite. Com isso, era possível aumentar a quantidade de água na mistura, e também os lucros. O componente químico é usado na manufatura de plásticos e fertilizantes, mas pode trazer vários problemas à saúde caso ingerido, especialmente em crianças.
O fazendeiro Zhang Yujun foi executado por ameaçar a segurança pública. Já Geng Jinping morreu por produzir e comercializar comida tóxica, segundo a agência estatal Xinhua. Eles foram os únicos, entre os 21 réus, a receber a pena de morte.
Muito do produto manipulado era vendido pelo Sanlu Group, uma das maiores companhias do ramo na China, que acabou fechada. A gerente-geral da empresa, Tian Wenhua, admitiu sua culpa e recebeu prisão perpétua. Outros três ex-executivos da Sanlu receberam penas de entre 3 e 15 anos de prisão.