China exalta resultado da Conferência do Clima

Maior país emissor mundial de gases causadores do efeito estufa, a China enalteceu o resultado da Conferência do Clima das Nações Unidas (COP-15), encerrada ontem sem um acordo que exigisse dos países um corte nas emissões de gás carbônico. O encontro, que reuniu mais de 110 chefes de Estado em Copenhague, produziu resultados “significantes e positivos”, declarou Yang Jiechi, ministro das Relações Exteriores chinês.

As disputas entre países ricos e pobres e entre os maiores poluidores mundiais, China e Estados Unidos, predominaram durante os 15 dias de conferência. Dezenas de milhares de manifestantes foram às ruas para exigir dos governantes presentes ações de combate ao aquecimento do planeta.

A reunião terminou ontem, após uma maratona de 31 horas de negociação, com os delegados aceitando um compromisso proposto pelos Estados Unidos. O chamado Acordo de Copenhague propõe uma ajuda de bilhões de dólares para que países pobres se adaptem às mudanças do clima, mas não exige que os maiores poluidores do mundo façam cortes mais profundos em suas emissões dos gases causadores do problema.

Responsabilidades diferenciadas – Yang ressaltou que o resultado da conferência manteve o princípio das “responsabilidades comuns mas diferenciadas”, reconhecido pelo Protocolo de Kyoto, e deu um passo à frente ao promover cortes obrigatórios de emissão para os países desenvolvidos e ações voluntárias de mitigação por parte dos países em desenvolvimento.

“Países desenvolvidos e em desenvolvimento são muito diferentes em sua responsabilidade histórica e nos níveis atuais de emissão, bem como em suas características básicas nacionais e estágios de desenvolvimento”, disse Yang em nota. “Portanto”, concluiu, “devem carregar diferentes responsabilidades e obrigações na luta contra a mudança climática.”

O ministro chinês afirmou ainda que a conferência também criou um consenso sobre questões-chave como metas de longo prazo, ajuda financeira e tecnológica para os países em desenvolvimento e transparência. “A Conferência de Copenhague não é um fim, mas um novo começo”, defendeu.

A China declarou que vai controlar sua produção de gases estufa, comprometendo-se a reduzir sua intensidade de carbono – o uso de combustível fóssil por unidade de produção econômica – entre 40% e 45%.

O acordo

O Acordo de Copenhague – em grande parte o resultado do encontro do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, com o premiê chinês, Wen Jiabao, e os líderes de Índia, Brasil e África do Sul – foi criticado por vários países que exigiam mais cortes nas emissões de gases estufa dos países industrializados.

O acordo prevê que os países mais ricos vão financiar um programa de US$ 10 bilhões por ano, com duração de três anos, para financiar os países mais pobres em projetos de adaptação contra a seca e outros impactos das mudanças climáticas.

Em uma concessão dos Estados Unidos à China e outros países em desenvolvimento, o texto ficou de fora da declaração que teria estabelecido um objetivo de reduzir as emissões globais em 50% até 2050. As nações em desenvolvimento acreditavam que a meta poderia comprometer seus esforços para reduzir a pobreza. As informações são da Associated Press.

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