China e Taiwan abriram um novo capítulo em suas relações nesta terça-feira e disseram que as relações entre os dois governos vai avançar depois de participarem das negociações de mais alto nível desde a divisão, em meio a guerra civil em 1949.
As discussões de duas horas realizadas na cidade de Nanquim, leste da China, marcam um salto na direção de um diálogo oficial, contornando a recusa de Pequim em reconhecer a soberania da ilha. Nenhum acordo formal foi assinado, mas os dois lados disseram que o fato de poderem se encontrar como iguais marca um importante passo adiante.
“A realização desta reunião marca um novo capítulo em nossas relações”, disse o enviado taiwanês Wang Yu-chi durante coletiva de imprensa após as conversações. Ma Xiaoguang, porta-voz da delegação chinesa, liderada por Zhang Zhijun, disse que o estabelecimento de um canal regular de comunicação entre os dois lados foi o resultado mais significativo das discussões.
“Nós temos muita responsabilidade. Não podemos deixar as relações enfrentarem novos obstáculos, muito menos permitir que recuem”, disse Ma.
A escolha de Nanquim como local de encontro tem alguns significados. A cidade foi a capital do governo nacionalista de
Chiang Kai-shek durante a guerra contra Mao Tsé-tung antes de os nacionalistas serem forçados, 65 anos atrás, a fugir do continente para a ilha de Taiwan. Trata-se também da localização do túmulo do fundador da China republicana, Sun Yat-sen, que é reverenciado tanto em Pequim quanto em Taipé.
Wang vai visitar, na quarta-feira, o mausoléu onde Sun Yat-sen está enterrado antes de seguir para Xangai, onde fará um discurso e uma série de visitas de cortesia. Não estão planejados novos encontros entre Wang e Zhang.
Mais cedo, Zhang disse que as conversas tiveram como objetivo consolidar o consenso obtido em reuniões anteriores, mas não esclareceu suas declarações. “Nossa reunião é algo inimaginável antes, mas se realmente queremos alcançar alguns avanços, precisamos usar um pouco de criatividade”, disse Zhang.
Zhang disse que foi discutido o desejo de Pequim de ver Taiwan ratificar um acordo de comércio de serviços que permitiria os dois lados abrirem uma grande quantidade de empresas no território vizinho. Pequim aprovou o acordo há mais de seis meses, mas ele ainda está parado no Legislativo de Taiwan, o que reflete o temor dos moradores da ilha de serem dominados pelo vizinho gigante. Fonte: Associated Press.