O governo chinês revelou, nesta quinta-feira (10), que descobriu e desmantelou um grupo terrorista que planejava seqüestrar atletas e outra personalidades durante os Jogos Olímpicos de Pequim, em agosto. O suposto grupo operaria na região de Xinjiang e era dirigido por um homem identificado como Abdulrahman Tuersun, disse o porta-voz do Ministério de Segurança Pública, Wu Heping.
Wu disse que 35 pessoas, incluindo Tuersun, foram presas entre 26 de março e 6 de abril por arquitetar o seqüestro de esportistas, jornalistas estrangeiros e outros visitantes da Olimpíada. O porta-voz também revelou que a polícia confiscou quase 10 quilos de material explosivo AN-TNT, oito cartuchos de dinamite, dois detonadores e literatura muçulmana, em Urumqi, capital da província de Xinjiang.
As autoridades chinesas acreditam que os presos pertencem ao grupo Muçulmano Turco Uighur de Xinjiang, de tendências separatistas. "Queriam conseguir um impacto mundial sabotando a Olimpíada de Pequim", disse Wu. "Enfrentamos uma verdadeira ameaça terrorista".
Os supostos terroristas teriam planejado o ato em novembro, e viajado durante o mês de março por Xinjiang em busca de recrutas incluindo gente experiente em produção de armas e explosivos.
Desde os ataques terroristas de 2001 nos EUA, a China tem sugerido que a insurgência em Xinjiang está vinculada com organizações terroristas na Ásia Central e no Oriente Médio. Já o Departamento de Estado norte-americano sustenta que as autoridades chinesas recorrem a abusos para reprimir a cultura e a religião uighur.