O governo chinês criticou nestaquarta-feira a decisão do Japão de adquirir várias ilhas doarquipélago Senkaku/Diaoyu, disputado pelos dois países, e advertiuque “tomará as medidas necessárias para defender sua soberaniaterritorial”.
“Apesar dos protestos formais da China e da oposição estrangeira,o Japão continua avançando decididamente no processo (de aquisição),prejudicando a integridade territorial e os sentimentos do povochinês”, lamentou em entrevista coletiva o porta-voz de RelaçõesExteriores chinês, Hong Lei.
O governo do Japão anunciou hoje que concluiu as negociações paracomprar de seu proprietário privado, por US$ 26 milhões, váriasilhas do arquipélago Senkaku, cuja soberania disputa com a China.
O Executivo japonês, em colaboração com o governo de Tóquio,negocia há meses a compra da ilha de Uotsuri, a maior deste pequenoarquipélago situado no Mar da China Oriental, e as vizinhasKitakojima e Minamikojima, algo que aumentou as tensões com a China.
O porta-voz de Exteriores do regime comunista assegurou hoje quea China descobriu e batizou pela primeira vez as ilhas, e por isso”são parte do território chinês desde a antiguidade”, e que estasforam administradas pela defesa litorânea nacional desde os temposda dinastia Ming (1368-1644).
“Na guerra sino-japonesa (1894-95), o Japão reivindicou soberaniasobre essas ilhas e as roubou por meios ilegais, por isso seuargumento que são parte de seu território é totalmenteinsustentável”, acrescentou o porta-voz chinês.
A soberania deste grupo de ilhotas desabitadas, que compreendemum território de cerca de sete quilômetros quadrados, é foco dedisputas entre China e Japão, além de Taiwan, há décadas.
Situadas a 150 quilômetros ao nordeste de Taiwan e a 200 ao oestedo arquipélago japonês de Okinawa, as Senkaku (conhecidas comoDiaoyu na China e Tiaoyutai em Taiwan) poderiam contar com grandesrecursos marítimos e energéticos.
Em abril, o governo de Tóquio anunciou sua intenção de comprar oarquipélago através de um sistema de doações públicas e privadas, oque suscitou as críticas da China, que assegurou que qualquer açãojaponesa no arquipélago é “ilegal e inválida”.
A disputa sobre as ilhas aumentou em meados de agosto com odesembarque de um grupo de ativistas chineses, que foram deportadospelas autoridades japonesas, enquanto poucos dias depois fez o mesmoum grupo de nacionalistas japoneses, o que provocou protestos emTaiwan e China.
O anúncio da compra do Japão acontece três dias depois que umaequipe do governo de Tóquio iniciou uma inspeção das Senkaku, comoparte de um plano para agilizar sua compra.
Os 25 membros da equipe municipal estudaram a qualidade da águaao redor de três das oito ilhotas, mas sem chegar a desembarcarnelas, depois que o governo central rejeitasse sua solicitação paranão suscitar novos atritos diplomáticos com a China.